ATA DA SEXAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 13.08.1997.

 


Aos treze dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila, Paulo Brum e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Motta, José Valdir, Luiz Braz, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas e Reginaldo Pujol. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Sexagésima Primeira Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, a Indicação nº 81/97 (Processo nº 2222/97); pelo Vereador Jocelin Azambuja, o Pedido de Informações nº 107/97 (Processo nº 1976/97); pelo Vereador Luiz Braz, 01 Pedido de Providências e o Pedido de Informações nº 129/97 (Processo nº 2406/97); pela Vereadora Maria do Rosário, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Paulo Brum, o Projeto de Lei do Legislativo nº 145/97 (Processo nº 2428/97). Ainda, foram apregoados o Ofício nº 358/97 (Processo nº 2469/97), do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, comunicando que deverá ausentar-se do Município no período de quatorze a dezesseis de agosto do corrente, e Requerimento de autoria do Vereador Luiz Braz, solicitando a renovação da votação do Projeto de Lei do Executivo nº 25/97 (Processo nº 1822/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 332/97, da Escola de Saúde Pública da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente do Estado/RS; 338/97, do Senador Roberto Freire; 1390 e 1428/97, do Senhor Gilberto Mussi, Chefe da Casa Civil Adjunto do Estado/RS; 1711/97, do Senhor José Fernando Cirne Lima Eichenberg, Secretário de Estado da Justiça e da Segurança/RS; s/nº, do Senhor Armando Veiga Marques, Secretário da Associação Nacional dos Veteranos da FEB; s/nº, do Senhor Lenio Sérgio Mancio, Presidente da Federação das Associações de Pais e Mestres das Escolas Particulares do Estado/RS; Convites: da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Secretaria da Produção, Indústria e Comércio, para a abertura da V Feira da Reforma Agrária; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Secretaria Municipal de Cultura, para o "show" em homenagem e recepção às delegações de participantes do 7º Foro de São Paulo; da Prefeitura Municipal de Porto  Alegre,  para  o  coquetel  de  lançamento do projeto do livro "Olhares sobre Porto Alegre"; da Federação das Associações Comerciais do Estado/RS - FEDERASUL, para reunião-almoço com o Senhor Cuauhtémoc Cárdenas, Prefeito da Cidade do México. Na ocasião, os Vereadores João Dib e Cláudio Sebenelo manifestaram-se acerca da divulgação, pela Casa, do resultado do Concurso Sioma Breitman de Fotografia. A seguir, foram apregoados Requerimentos de autoria do Vereador Luiz Braz,  solicitando, nos termos do § 6º do artigo 218 do Regimento, Licenças para Tratamento de Saúde para as Vereadoras Sônia Santos, para os dias 13 e 14 de agosto do corrente, e Tereza Franco, para o dia 13 de agosto do corre nte, tendo o Senhor Presidente declarado empossados na vereança os Suplentes Jocelin Azambuja e Leão de Medeiros, informando que Suas  Excelências integrarão as Comissões de Saúde e Meio Ambiente e de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, respectivamente. Em continuidade, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Antonio Hohlfeldt, aditado pelo Vereador Clovis Ilgenfritz, solicitando alteração na ordem dos trabalhos. Após, o Senhor Presidente convidou os integrantes  da  Comissão  Julgadora  do  Concurso  Sioma Breitman de Fotografia, Senhor Benigno Rocha, da Associação Riograndense de Imprensa; Senhor Assis Hofmann, do Sindicato dos Jornalistas; Senhor Maurecy  Santos, do Departamento de Fotografia da Câmara Municipal de Porto Alegre; Senhor Claudir Tigre, da Associação dos Repórteres Fotográficos; e Senhora Margaret Dorneles, do Gabinete de Imprensa desta Casa, a fazerem parte da Mesa. Ainda, o Senhor Presidente convidou o Vereador João Dib a participar da Mesa e proceder à leitura de comunicado informando os nomes dos classificados no referido concurso e, após, passou a palavra ao Senhor Benigno Rocha, que manifestou sua satisfação em integrar a comissão julgadora do Concurso Sioma Breitman de Fotografia, ressaltando a qualidade dos trabalhos apresentados pelos concorrentes. Em continuidade, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e, às quatorze horas e trinta e seis minutos, declarou suspensos os trabalhos, nos termos regimentais. Às quatorze horas e trinta e oito minutos, constatada a existência de "quorum", foram reabertos os trabalhos, iniciando-se o período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a homenagear a Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, pelo transcurso de seu vigésimo quinto aniversário, nos termos do Requerimento nº 31/97 (Processo nº 623/97), de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt. Compuseram a MESA: o Vereador  Clovis Ilgenfritz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor José Fortunati, Vice-Prefeito de Porto Alegre, representando o Senhor Prefeito Municipal;  o Senhor Júlio Cézar Pujol, Assessor Parlamentar, representando o Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Sul; o Coronel Irani Siqueira, representando o Comando Militar do Sul; o Capitão Soares, representando o Comando-Geral da Brigada Militar; o Doutor João Luiz Hohmann, Diretor-Geral da Universidade Luterana do Brasil, representando essa Instituição; o Vereador  Paulo Brum,  1º Secretário  deste  Legislativo. Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças da Professora Dulce Zimermann, representando a Coordenação-Geral da ULBRA; do Professor e Arquiteto Júlio Rubbo, Assessor de Pós-Graduação da ULBRA; do Tenente Jair Roberto da Rosa, do Comando Militar do Sul; dos Senhores Flávio Carneiro e Eifa Machado, da Assessoria de Comunicação Social da ULBRA; do Doutor Luis César Souto de Moura, Diretor de Unidade do Hospital Independência; da Doutora Miriam Heine, Diretora do Hospital Luterano; e do Doutor Sérgio Kolberg. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Antonio Hohlfeldt, como proponente da homenagem, discorreu sobre o projeto da Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, de firmar convênios com instituições e universidades internacionais, tecendo comentários acerca do trabalho realizado por essa instituição ao longo dos seus vinte e cinco anos, o qual não se limitou à área acadêmica, abrangendo também a área da saúde e o patrocínio de eventos de interesse comunitário. O Vereador Nereu D'Ávila saudou a ULBRA, ratificando palavras do Vereador Antonio Hohlfeldt acerca da estrutura dessa Universidade e da extensão de suas atividades a outros segmentos sociais além do acadêmico. O Vereador Adeli Sell estendeu a presente homenagem a todos os trabalhadores das áreas de educação e saúde, destacando a necessidade de valorização desses setores neste momento em que os mesmos enfrentam sérias dificuldades em nosso País. Após, o Senhor Presidente informou que, face a compromissos anteriormente assumidos, o Senhor Vice-Prefeito José Fortunati teria de se retirar da presente solenidade e, ainda, registrou as presenças dos Vereadores Deolmar Goulart, Miguel Delfino e Paulo Perez, da Bancada do PFL da Câmara Municipal de Torres/RS, e do Vereador Luiz Duarte, da Bancada do PT da Câmara Municipal de Esteio/RS. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Jocelin Azambuja manifestou-se acerca do trabalho efetuado por todos os profissionais que integram a ULBRA, defendendo a  continuidade do crescimento e do aprimoramento das universidades brasileiras, tanto em termos de qualificação de seus trabalhadores quanto no referente aos seus recursos materiais,  Após, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores José Roberto Garcez e Ubiratan de Souza, respectivamente, Coordenador de Comunicação Social e Coordenador-Geral do Gabinete de Planejamento da Prefeitura Municipal, e concedeu a palavra ao Senhor João Luiz Hohmann, que, em nome da Universidade Luterana do Brasil, agradeceu a homenagem prestada pela Casa. Em prosseguimento, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e, às quinze horas e trinta e seis minutos, declarou suspensos os trabalhos, nos termos regimentais, sendo eles retomados às quinze horas e cinqüenta minutos, constatada a existência de "quorum". Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Maria do Rosário, relatou audiências realizadas hoje pela Comissão que preside, conjuntamente à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, com o tema "Situação atual do programa a adolescentes autores  de ato  infracional  da FEBEM.  Causas,  conseqüências e propostas",  bem <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>como trabalhos desenvolvidos e previstos quanto à prevenção de motins e situações de violência naquela instituição. O Vereador Paulo Brum registrou a instalação, nesta Capital, da empresa catarinense Amauri - Administradora de Consórcios, declarando ser ela um dos maiores grupos de consórcio do País, devendo contribuir em muito para o desenvolvimento social e econômico de Porto Alegre. O Vereador Pedro Américo Leal questionou a postergação de assuntos municipais em face de temas de teor estadual ou mesmo nacional. Analisou o problema do uso de drogas em nossa sociedade, manifestando-se acerca de Projeto de Lei de sua autoria, de combate às drogas através da veiculação de material impresso pelo Município. O Vereador Nereu D'Ávila teceu comentários acerca da Medida Provisória nº 1539/34, reeditada pelo Presidente da República, que autoriza a abertura do comércio aos domingos, reiterando posicionamento contrário manifestado anteriormente e salientando a necessidade de tomada de uma posição clara por este Legislativo quanto ao assunto. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Luiz Braz, solicitando alteração na ordem dos trabalhos e na ordem de votação da matéria a ser apreciada na Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Garcia discorreu acerca de visitas efetuadas aos centros comunitários da Fundação de Educação Social e Comunitária - FESC, defendendo o repasse desses centros para a Secretaria Municipal de Esportes, a fim de que tais locais possam ser melhor aproveitados pela população porto-alegrense. O Vereador Antonio Hohlfeldt teceu comentários acerca de críticas efetuadas por Vereadores da Casa à Medida Provisória, reeditada pelo Governo Federal, que autoriza a abertura do comércio aos domingos, salientando ser ela apenas autorizativa e respeitar a autonomia municipal, abrangendo os Municípios que não possuem legislação própria a respeito do assunto. O Vereador João Dib procedeu à leitura e analisou artigos da Medida Provisória nº 1539/34, referente à abertura do comércio aos domingos, salientando ser ela favorável aos trabalhadores, garantindo aos mesmos a proteção de normas de trabalho e a participação nos lucros das empresas. O Vereador Jocelin Azambuja, declarando ser desfavorável a formas de legislação que não passem pelos Parlamentos, ressalvou, contudo, que o uso de Medidas Provisórias pelo Poder Executivo ocorre, muitas vezes, por omissão do próprio Poder Legislativo. Congratulou-se com o Executivo Municipal pela instalação de sinaleira na Avenida Praia de Belas, uma antiga reivindicação da comunidade daquela área, registrando, também, problemas de trânsito observados na Avenida José de Alencar. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA.  Foi rejeitado Requerimento do Vereador Luiz Braz, solicitando a renovação da votação do Projeto de Lei do Executivo nº 25/97, por treze votos SIM, quinze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Pedro Ruas, João Dib, Antonio Hohlfeldt e Lauro Hagemann, tendo sido submetido à votação <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><D>nominal por solicitação do Vereador Clovis Ilgenfritz, votando Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Leão de Medeiros e Jocelin Azambuja, votando Não os Vereadores Adeli Sell, Antonio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas e Renato Guimarães e optando pela Abstenção o Vereador Paulo Brum. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou contatos mantidos com o Senhor Prefeito Municipal, quando foi informado de que seria vetada parte do Projeto de Lei do Executivo nº 25/97, relativa à dotação de verbas orçamentárias para este Legislativo. Foi apregoado Requerimento nº 177/97 (Processo nº 2394/97 - Moção de Solidariedade ao Deputado Estadual Beto Albuquerque, face aos seus pronunciamentos acerca da autarquização do DETRAN), do Vereador Cyro Martini, Requerimento este encaminhado à votação pelo Vereador Fernando Záchia e retirado da Ordem do Dia pelo Senhor Presidente, para procedimentos regimentais. Foram aprovados os Requerimentos nºs 176/97 (Processo nº 2393/97 - Moção de Apoio à criação da Articulação dos Povos Indígenas do Sul), de autoria do Vereador João Motta, e 185/97 (Processo nº 2461/97 - Requer informações acerca da instalação de Central Pública de Comutação Telefônica no complexo da GM), de autoria do Vereador Gerson Almeida, este após ser encaminhado à votação pelo Autor. A seguir, o Vereador João Dib registrou ter entregue ao Vereador Nereu D'Ávila, Presidente da Comissão Especial constituída para ouvir o ex-Vereador Edi Morelli, seu pedido de renúncia do cargo de Relator dessa Comissão. Na oportunidade, os Vereadores Gerson Almeida, João Dib e Cyro Martini manifestaram-se, a título de esclarecimento, acerca do pedido de renúncia do cargo de relator encaminhado pelo Vereador João Dib. Foi aprovado o Requerimento nº 183/97 (Processo nº 2457/97 - requer autorização para viagem do Vereador João Carlos Nedel, para participar, em representação externa deste Legislativo, do "II Encontro Mundial das Famílias", a realizar-se no Rio de Janeiro, de um a cinco de outubro do corrente), de autoria do Vereador João Dib, por vinte e três votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Carlos Nedel, Pedro Ruas, Maria do Rosário, Reginaldo Pujol, João Dib e Jocelin Azambuja,  tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador João Dib, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antonio Losada, Cláudio Sebenelo, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas,  Reginaldo  Pujol,  Renato  Guimarães,  Jocelin  Azambuja e Leão de Medeiros. Também, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais.  Foi aprovado o Requerimento  nº 186/97  (Processo nº 2497/97 - Moção de Protesto pela decisão que desqualificou o crime praticado contra o Índio Galdino Jesus dos Santos), de autoria do Vereador Cláudio Sebenelo, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Pedro Américo Leal. Na ocasião, o Vereador Clovis Ilgenfritz prestou esclarecimentos acerca da Licença de Saúde solicitada por Sua Excelência durante o dia onze de agosto do corrente, manifestando-se a respeito os Vereadores Isaac Ainhorn, João Dib, Cláudio Sebenelo, Gerson Almeida e Jocelin Azambuja . Às dezoito horas e cinqüenta e oito minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Guilherme Barbosa. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. João Dib está com a palavra para uma manifestação.

 

O SR. JOÃO DIB: Eu desejo cumprimentar a Mesa pela realização do concurso Sioma Breitman, de fotografia. A divulgação do resultado será, provavelmente,  hoje ou amanhã; não temos a data. Ao mesmo tempo, registro um pouquinho da minha tristeza, porque o Projeto de Resolução é de minha autoria. Eu reclamei que se fizesse isso este ano e ninguém me avisou nada. De qualquer forma, meus cumprimentos à Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece e, ao mesmo tempo, quer dizer ao Ver. João Dib que reservou um espaço, hoje, exatamente para a divulgação do resultado do concurso.

 Eu, como Presidente da Casa, ainda não sei qual é o resultado. No momento oportuno - quem sabe quando a Plenária estiver com maior número de Vereadores -,  nós vamos, não só  divulgar o resultado, como  mostrar as fotos. Aí, nós vamo-nos reabilitar perante o Ver. João Dib.  Ninguém foi convidado, Vereador, para o ato de julgamento. Os convidados foram os fotógrafos de renome de nossa Cidade, que, prontamente, vieram fazer o julgamento. Isso foi ontem à tarde. Eu estive presente, junto com o Diretor-Geral, apenas com o objetivo de apoiar aquele ato. Nós vamos abrir, novamente, um expediente para isso.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Faço minhas as palavras do Ver. João Dib, Sioma Breitman foi um extraordinário fotógrafo. Com os mais efusivos parabéns à Mesa, eu quero registrar a presença do jornalista Benigno, da Associação dos Repórteres Fotográficos,  que também contribuiu no julgamento das fotos. Para nós é uma alegria muito grande recebê-lo, como também ao nosso Vice-Prefeito, que nos visita hoje novamente.

 

O SR. PRESIDENTE: Para nós também é um prazer. Depois vamos fazer um ato e será citado. Estamos recebendo o Vice-Prefeito, convidado para participar da Mesa.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento):  Sr. Presidente, ouvido o Plenário e as Lideranças, respeitosamente quero requerer a inversão da ordem dos trabalhos no sentido que o Grande Expediente seja iniciado logo após os trâmites iniciais da Sessão, pois teremos uma homenagem aos 25 anos da ULBRA,  Universidade Luterana Brasileira.  Os representantes da ULBRA  já estão presentes e também o Vice-Prefeito, José Fortunati. O meu requerimento é que, logo que for possível, passemos ao Grande Expediente e à homenagem aos 25 anos da ULBRA. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: Ainda não temos quórum para a votação do Requerimento de inversão da ordem dos trabalhos. Está registrado o seu Requerimento.

Requerimento de autoria da Vera. Sônia Santos, solicitando licença para tratamento de saúde nos dias 13 e 14 de agosto, de acordo com atestado médico anexo. 

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença da Vera. Sônia Santos e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

 

Requerimento de autoria da Vera. Tereza Franco, solicitando licença para tratamento de saúde no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença da Vera. Tereza Franco e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

 

Temos um Requerimento,  de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt,  que pede a inversão dos trabalhos, colocando em primeiro lugar o Grande Expediente, que hoje homenageia a Universidade Luterana do Brasil - a ULBRA. Nós estamos pretendendo, Ver. Antonio Hohlfeldt, dar o seguinte encaminhamento: faremos uma cerimônia muito rápida, de abertura do envelope com o resultado do julgamento do Concurso de Fotografia. Nossos jurados já estão presentes e, em seguida, nós atenderemos a sua solicitação.

Em votação o Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt,  com o adendo desta Presidência. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Conforme ficou combinado, está constando do espelho de hoje fazermos a abertura do envelope que tem o resultado do Concurso Sioma Breitman de Fotografia.

Estão presentes os nossos jurados e eu os convidaria a passar à Mesa, pois nos prestaram esse serviço de altíssima importância para nossa Casa. O Sr. Benigno Rocha, da Associação Rio-Grandense de Imprensa; o Sr. Assis Hofmann, do Sindicato dos Jornalistas; o Sr. Maurecy  Santos, do Gabinete de Imprensa da Câmara Municipal, o nosso “Santinho”; o Sr. Claudir Tigre, da Associação dos Repórteres Fotográficos. Também está conosco a Coordenadora interina do Serviço de Comunicação Social da Casa Margaret Dorneles, que está de guardiã das fotografias.

Convidamos o Vereador proponente, João Dib, para abrir o envelope.

Srs. Vereadores, está sendo procedida a abertura do envelope contendo o resultado do Concurso Sioma Breitman de Fotografia, pelo Ver. João Dib. Queremos dar a esse concurso o destaque que ele merece e agradecer imensamente aos fotógrafos e jornalistas que fizeram parte do júri e que muito nos ajudaram.

 

O SR. JOÃO DIB:  (Lê.) “Ao Vereador Clovis Ilgenfritz da Silva, DD. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. Comunicamos à Presidência da Câmara Municipal que, em cumprimento do estabelecido no Concurso Sioma Breitman  de Fotografia, a comissão julgadora, reunida nesta data e composta por mim, Benigno Rocha, da Associação Rio-Grandense de Imprensa; Assis Hofmann, do Sindicato dos Jornalistas; Maurecy Santos, do Departamento de Fotografia da Câmara Municipal de Porto Alegre;  Claudir Tigre, da Associação dos Repórteres Fotográficos, e Margaret Dorneles, do Gabinete de Imprensa desta Câmara Municipal, consideramos os seis primeiros colocados no concurso de fotografia, por ordem,  os seguintes trabalhos:

Primeiro classificado  - ‘Ponte de Pedra’, do fotógrafo  André Chassot;

Segundo classificado  - ‘Morro Santa Tereza’,  do fotógrafo Luiz Abreu.

Terceiro classificado – ‘Praça da Alfândega’, do fotógrafo João Carlos Rangel;

Quarto classificado (primeira menção honrosa) – ‘Morro Santo Antônio’, do fotógrafo Luiz Abreu;

Quinto classificado (segunda menção honrosa) – ‘Mercado Público’, do fotógrafo André Chassot;

Sexto classificado (terceira menção honrosa) – ‘Monumento Urbano’, da fotógrafa  Liane Matos.”

 

Em anexo, a lista de presentes. Cordialmente, assina Benigno Rocha pela Associação Rio-Grandense de Imprensa e Presidente da Comissão Apuradora.

Segue-se aqui a assinatura de todos os membros que fizeram a análise do concurso e o resultado final. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos ainda dizer que a Jornalista Margaret trouxe uma lista: tínhamos 33 inscritos e 179 fotografias. Confesso que fui apenas participar do ato de abertura do julgamento e não conseguia sair porque, quanto mais a gente olhava, mais se entusiasmava com a qualidade. Acho que é importante que um dos jurados presentes pudesse dizer, em  duas palavras, para nós como é que foi o trabalho dele. Com a palavra, o Sr. Benigno Rocha.

 

O SR. BENIGNO ROCHA: Obrigado, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e público presente. Foi uma satisfação ter integrado essa Comissão Apuradora desse magnífico concurso de fotografia que homenageia um dos fotógrafos mais importantes da Capital gaúcha. Em nome da Associação Rio-Grandense de Imprensa, queremos agradecer o destaque e a honra de ter presidido essa Comissão.

Queremos deixar registrado aqui os nossos votos de que esse certame se repita todos os anos e que trabalhos tão representativos da categoria dos fotógrafos voltem a ser julgados. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib foi quem requereu que este concurso fosse estabelecido. Por isso, fizemos questão de homenageá-lo, chamando-o à Mesa. Obrigado a todos.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Eu gostaria de perguntar a V. Exa. se estas fotografias ficarão expostas na Casa e, ao mesmo tempo, quero cumprimentar, mais uma vez, a Mesa Diretora por ter levado a frente esta proposição e, de um modo muito especial, ao Ver. João Dib pelo Projeto de Resolução que engrandece Porto Alegre e valoriza os artistas da nossa Cidade. Que eles recebam o nosso abraço por todo este talento demonstrado.

 

O SR. PRESIDENTE:  Nós vamos responder dizendo que, através de uma proposta do próprio Diretor Geral Adalberto Heck, dos fotógrafos da Casa, do Setor de Memorial, do Setor de Relações Públicas, Comunicação Social, vamos organizar uma mostra fotográfica com todos que participaram, dando destaque às fotografias premiadas. É uma questão cultural, é uma questão de memória histórica que nós temos que cultivar.  No meu ponto de vista, é a busca do belo, que é tudo o  que o homem procura na sua existência. Buscar o belo, através da fotografia, é uma forma de realizar este sonho que todos nós temos.

Eu queria agradecer mais uma vez a todos e dizer que o nome de Sioma Breitman continua muito presente no nosso meio pelo que fez, pelo significado do seu trabalho. E hoje, para felicidade nossa, o seu filho Irineu Breitman é  um dos assessores da equipe de arquitetos e de outros profissionais na questão do Plano Diretor. Irineu Breitman está entre nós também, aqui, na Câmara. Obrigado, mais uma vez. A Sessão  está suspensa para as despedidas.

 

(Suspendem-se os  trabalhos às 14h36min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 14h38min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Grande Expediente de hoje é destinado a homenagear os 25 anos da Universidade Luterana do Brasil - ULBRA. Nós convidamos para compor a Mesa o representante do Prefeito de Porto Alegre, Sr. José Fortunati, Vice-Prefeito de Porto Alegre; representante da Universidade Luterana do Brasil, Dr. João Luiz Hohmann, Diretor-Geral da ULBRA; representante do Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Dr. Júlio Cézar Pujol, Assessor Parlamentar; representante do Comando Militar do Sul, Cel. Irani Siqueira; representante do Comando Geral da Brigada Militar, Capitão Soares.

Nós passamos a palavra ao Vereador proponente desta homenagem, que foi aprovada pela unanimidade dos Srs. Vereadores. Já não é mais uma homenagem do Ver. Antonio Hohlfeldt, mas de todos os Vereadores da Casa, sob sua proposta. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Exmo. Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Permito-me registrar,  ainda, entre outros, a presença do Dr. Júlio Rubbo, do companheiro Jornalista Flávio Carneiro, da nossa amiga Eifa Machado, da assessoria da ULBRA, e muito especialmente da Prof. Dulce Zimermann,  minha colega de trabalho ligada à Prof. Dra. Marlene Schirmer, que é a Coordenadora-Geral do Pós-Graduação da Universidade Luterana do Brasil.

No dia 16 de agosto, há 25 anos, de uma maneira formal, se iniciavam os trabalhos do que hoje é a Universidade Luterana do Brasil. Ao longo desses 25 anos, o que nós assistimos em relação à ULBRA foi, pela primeira vez no Estado do Rio Grande do Sul, um projeto de universidade que não se cingiu apenas a um projeto educacional, mas também se propôs a pensar uma universidade organizada e administrada dentro de parâmetros modernos, contemporâneos, capazes de  possibilitar a formação por parte de alunos que a procuram e, ao mesmo tempo, evidenciar, na sua própria organização, uma  nova maneira de pensar a organização universitária. É isso, sobretudo, o que distingue a ULBRA  de todas as suas congêneres.

 Podemos discutir, do ponto de vista ideológico, teórico, se é melhor a universidade privada, a universidade pública, mas, mesmo entre as universidades privadas, nós temos fundações, entidades, como a ULBRA, que estão ligadas a instituições religiosas, mas temos, sobretudo, instituições onde se leva o trabalho a sério, onde não se busca apenas, de uma certa maneira, a concessão de diplomas, sem maiores conseqüências, sem maiores responsabilidades.

A ULBRA, hoje, ocupa cerca de 100 ha, apenas aqui, no Município de Canoas. Tem mais de 30 mil alunos em todos os seus segmentos diferenciados. Está presente no Rio Grande do Sul em, além de Canoas, que é a sua base, São Jerônimo, Guaíba e Torres, com seus cursos de extensão. No Brasil está presente em Santarém-PA, em Manaus-AM, em Ji-Paraná-RO e em Palmas-TO. Tem convênios, através de uma série de outras instituições, com a Universidade de Goiás, e se faz representar no Uruguai, através da Escuela San Pablo, da FULT, do Chile, e tem convênios com universidades da Espanha, da França, das Ilhas Baleares, dos EUA, da Argentina e de Portugal.

Em 25 anos é realmente um trabalho estupendo esse realizado pela ULBRA. É uma universidade, uma idéia, que, liderada pelo atual Reitor Rubem Becker, não se limitou ao trabalho acadêmico. Possui oito revistas, um conjunto de professores e profissionais que, realmente, não ficam trancados apenas no seu labor acadêmico imediato de sala de aula.

 O Ver. Luiz Braz pediu que falasse em seu nome pessoal, lembrando que a ULBRA marcou, sobretudo, a sua presença como imagem pública de uma instituição que é, simultaneamente, educacional, cultural, desportiva - o que, de certa maneira, é a mesma coisa, como dizia o Ver. Luiz Braz -, através de patrocínio de times de futebol de salão, de maneira que o nome ULBRA ficou, de fato, ligado ao Rio Grande do Sul.

 Muito brevemente, assim como VARIG, como tantas outras instituições que identificamos com o Rio Grande do Sul, sem dúvida nenhuma, a marca ULBRA também vai ser uma identidade para o nosso Estado.

 Quero falar, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, sobretudo, dos 52 cursos “lato sensu” da área de pós-graduação que a ULBRA mantém hoje e dos oito cursos de pós-graduação em sentido estrito que ela administra neste momento. Quero falar de uma série de gerações de jovens que, desde aquele primeiro curso de Administração de Empresas, ligada à Escola Técnica Cristo Redentor, depois transformada nas  Faculdades Canoenses, em 1988, autorizada a funcionar como Universidade e, a  partir de 1989, reconhecida como Universidade, passou a ter uma presença importante no panorama educacional e  cultural do Estado do Rio Grande do Sul.

No momento em que tanta gente falava de dificuldades, de crises, de impossibilidade de investimento, a ULBRA teimava em fazer investimento,  em ampliar o seu “campus”, em trazer novos professores, em abrir mais cursos e, sobretudo, em investir em áreas onde tradicionalmente se imaginava que não havia campo de trabalho. Boa parte dos professores hoje que atuam nesses outros “campi” em outros Estados -  no Pará, no Tocantins, no Amazonas - saem daqui de Porto Alegre, daqui do Rio Grande do Sul, para ministrar os cursos nesses outros espaços. Na verdade,  é um mercado de trabalho extremamente importante também para o profissional, para o professor do Rio Grande do Sul.

A ULBRA inventou uma maneira extremamente facilitada de possibilitar a realização dos cursos de mestrado, que hoje são uma exigência, ou dos cursos de especialização, que são praticamente uma obrigação aos profissionais que necessitam de atualização. Os cursos são ministrados aos sábados, durante o dia inteiro. Certamente temos muitos companheiros nesta Casa que, ou como professores ou como alunos,  participam dessas atividades, das jornadas de sábado que se iniciam às 8 horas, 8h30min, e se desenvolvem até as 18 horas. Uma maneira alternativa que a Universidade encontrou para possibilitar que o profissional possa de fato avançar na sua formação. Acho que é significativo. 

Na semana passada,  na quarta-feira,  eu cruzei  com o Ver. Clovis Ilgenfritz em frente ao Theatro São Pedro, que se dirigia para o memorial da ULBRA. Na segunda-feira, tivemos um ato importante, que  foi o concerto oficial, formal de  aniversário dos 25 anos da ULBRA. No decorrer desta semana, praticamente todas as Câmaras de Vereadores da Grande Porto Alegre -  somamos aqui a Câmara de Porto Alegre, o seu  Presidente e seus Vereadores - fazem homenagem à ULBRA,  a Câmara de Canoas inclusive com uma Sessão Solene no interior da própria Universidade, como poderia fazer, inclusive de maneira legal, dentro do seu Regimento. Ontem a Câmara de Guaíba; hoje, simultaneamente, mais duas cidades, entre as quais Eldorado do Sul. Daí por que os Pró-Reitores e Diretores têm que se dividirem na representação da Universidade, e isso vai continuar durante toda a semana. Esse reconhecimento formal - e agradeço aqui a presença do Vice-Prefeito José Fortunati - mostra a importância que, ao longo de 25 anos, essa Universidade conquistou no espaço do Rio Grande.

É um ano significativo este de 1997, e me permito antecipar, Sr. Presidente: até o final do ano estaremos comemorando também os 50 anos da  Pontifícia Universidade Católica. São 50 anos de PUC e 25 anos de ULBRA. Isso mostra o quanto o Rio Grande do Sul avançou ao longo do século XX na estruturação de um conjunto universitário que ocupa todo espaço do território do Rio Grande do Sul, porque tem em Passo Fundo, tem em Santa Maria, tem em Ijuí, tem em Bagé, tem em Pelotas e Rio Grande, tem em Caxias, tem na Grande Porto Alegre, através de Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo, para falarmos apenas nas sedes universitárias, sem citarmos as extensões que se dão por São Leopoldo, São Borja, Cachoeira do Sul, enfim, tantas e tantas outras cidades. Podemos ter, sem dúvida nenhuma, orgulho desta estrutura universitária do Rio Grande do Sul, e por isso mesmo talvez faça a diferença do Rio Grande em relação a outros Estados. E,  certamente,  nesse conjunto e nesse contexto,  a ULBRA é uma instituição, hoje, que tem um destaque fundamental.

Concluindo, Sr. Presidente, deixo aqui ao nosso representante, Dr. João Luiz Hohmann, o sentido dessa homenagem que propusemos nesse Grande Expediente, agradecendo pelo apoio dos nossos companheiros de Plenário.

A ULBRA está muito ligada a Porto Alegre, mesmo que não sediada diretamente no território de Porto Alegre. Nasceu vinculada a Porto Alegre e, certamente,  continuará vinculada a Porto Alegre. Isso é fácil de ser notado: basta ver o fluxo de veículos que todos os dias de manhãzinha sai de Porto Alegre em direção a Canoas, justamente em direção à ULBRA.

 Portanto, Professor Hohmann, leve, por favor, ao Reitor Becker a nossa homenagem e, sobretudo, a expectativa de que a ULBRA  continue cumprindo com essa função primordial: precisamos de universidades, mas precisamos, sobretudo, de universidades capazes de se articularem com a comunidade do Rio Grande do Sul, tal como a ULBRA vem fazendo. Muito obrigado. Meus parabéns.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos homenagear, como extensão da Mesa: a Professora Dulce Zimermann, representante da Coordenação Geral da ULBRA; o Professor e colega Arquiteto Júlio Rubbo, Assessor de Pós-Graduação da ULBRA; o Tenente Jair Roberto da Rosa, do Comando Militar do Sul; a Sra. Eifa Machado e o Sr. Flávio Carneiro, da Assessoria de Comunicação Social da ULBRA; o Dr. Luis César Souto de Moura, Diretor de Unidade do Hospital Independência; a  Dra. Miriam Heine, Diretora do Hospital Luterano; e o Dr. Sérgio Kolberg.

O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Com muita honra, nós, em nome da Bancada do PDT, queremos saudar esse quarto de século da Universidade Luterana do Brasil, que hoje esta Câmara homenageia. Lembrava-me o nobre Ver. João Dib, e eu tenho a honra também de falar em nome da Bancada do PPB, da qual ele é Líder, que esta Câmara também já fez, como dizia o Ver. Antonio Hohlfeldt,  entre tantas homenagens realizadas pelos poderes legislativos, quer municipal, estadual ou federal, esta Câmara já realizou Sessão na ULBRA quando da concessão do título ao seu reitor, onde estiveram presentes a maioria dos Vereadores desta Casa. Então, a Câmara de Porto Alegre é reincidente na homenagem  à ULBRA.

Martin Stephan, Carl Ferdinand Wilhem Walter, esses nomes de origem alemã e emigrados para os Estados Unidos no início do século passado, são os dois pastores que não sonhavam em Ohio, nos Estados Unidos, quando, em 1838, eles fundaram, no Estado de Missouri, em Ohio, o Sínodo Evangélico Luterano de Missouri, ou seja, esses dois homens que da Alemanha se deslocaram para os Estados Unidos, antes da metade do século passado, estavam colocando a semente daquilo que quase 150 anos depois estaria vicejando num Estado sulista, o mais meridional do Brasil, em derredor de  uma de suas capitais mais politizadas, que é a capital do Rio Grande do Sul. Esses foram os dois pastores que, criando uma comunidade de conotação religiosa - um sínodo evangélico baseado nas idéias de Lutero - viriam trazer frutos tão longe. Longe territorialmente, porque, na verdade, as idéias são universais.

Em 1900, foi criada a Comunidade Evangélica Luterana São Paulo, em Canoas, e em 1972 a criação da Faculdade Canoense, estribada na iniciativa vitoriosa do Colégio Cristo Redentor em seus primeiro e segundo graus de ensino profissionalizante.

Este é o embrião daquilo que hoje está, como o Ver. Antonio Hohlfeldt esboçou, sendo uma superestrutura de caráter cultural, educacional e já se alastra aos outros setores da atividade humana. Por exemplo, o setor esportivo está programando para 1997, neste ano, inclusive, a questão do esporte aquático nas dependências da ULBRA.

Vejam os Senhores e as Senhoras, então, como as coisas aumentam e como  ampliam-se paulatinamente. O Ver. Antonio Hohlfeldt disse  muito bem que não se trata de discutir o ideal: a escola pública gratuita e essa questão toda. Há que, no caso, discutir-se o real, pois entre o ideal e o real existe uma distância muito grande. O real é que essa estrutura universitária, alojada ali em Canoas, tem sido uma porteira aberta, em termos gaúchos, aos estudantes, inclusive, em sua maioria, de Porto Alegre, como alternativa universitária, o que, aliás, diga-se de passagem, de grande conteúdo, de estrutura para os seus estudantes.

Então, os Poderes, e nós fazemos parte deles a nível municipal, inclinam-se, em datas como esta, que está mostrando que, numa propriedade pequena de três hectares, cinco, 10 hectares e com uma semente de uma estrutura religiosa, fundamentada numa filosofia religiosa, ampliou-se e hoje está inserida como alternativa educacional ao ensino universitário do Rio Grande do Sul, porque ela está inserida em diversos Municípios, como foi dito. Diante dessa realidade, não temos nenhum pejo em dizer que ela é, sim, uma alternativa válida para os nossos estudantes. As questões econômicas e as de outra ordem são outras,  porque, como eu disse, nós temos que encarar o real.

Lembro-me muito bem que, no ano passado, o ex-Governador Alceu Collares obteve licença para ministrar um curso que teve grande repercussão lá na ULBRA: se não me equivoco, o primeiro curso de formação política. A ULBRA foi a pioneira no Estado do Rio Grande do Sul. O Dr. Alceu Collares, que fez uma carreira desde vereador até governador, tinha absoluta competência para ministrar esse curso, que foi de grande sucesso. Se a ULBRA abrange - para dizer o mínimo - a Grande Porto Alegre, ela deve, entre suas prioridades, desovar futuros parlamentares: vereadores, deputados, senadores. Esse curso de formação política é inédito e muito necessário, eu diria, até, mais do que necessário para que os parlamentares iniciem sua vida política com conhecimento de política e de finanças públicas.

 Nós nos ufanamos muito em participar das comemorações do quarto de século da Universidade Luterana do Brasil. A Câmara de Vereadores de Porto Alegre sente-se muito honrada em acolher representantes de toda a comunidade do Rio Grande e da Grande Porto Alegre e o representante da Universidade. Que V. Sa. leve ao corpo docente, discente e a todos os funcionários da ULBRA os parabéns da Cidade de Porto Alegre, sintetizada neste Parlamento. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Com a palavra o Ver. Adeli Sell, que fala pelo Partido dos Trabalhadores, em tempo cedido pelo Ver. Renato Guimarães.

 

O SR. ADELI SELL: (Saúda os componentes da Mesa.) Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Senhoras e Senhores, quero agradecer a cedência do tempo que me foi feita pelo companheiro de bancada, Ver. Renato Guimarães.

É um prazer falar em nome da Bancada do PT desta Casa, nesta homenagem que fazemos à Universidade Luterana do Brasil, a nossa ULBRA. É uma homenagem que vai, na minha opinião, muito além da Universidade Luterana do Brasil. É uma homenagem à educação, à saúde, às ciências, à tecnologia, ao saber. Mas, também, é uma justa homenagem que temos a obrigação de fazer a sua Direção, aos professores, que têm um papel primordial no ensino, na aprendizagem, enfim, na formação de tantos e tantos jovens que procuram hoje a ULBRA em Canoas e em tantas e tantas outras cidades, aqui já nominadas. Uma homenagem, também, aos funcionários, às pessoas humildes que, no cotidiano, pouco aparecem, mas que são fundamentais na construção de uma instituição, como é esta Universidade. Uma homenagem, portanto, àqueles que fazem o saber e a cultura na Universidade Luterana do Brasil, a nossa ULBRA.

 Nesse sentido, quero destacar a importância que têm estas instituições, e esta Instituição, num país que passa por graves dificuldades.  Os nossos governos, que nos anos 70 tinham condições, talvez por projetos, talvez por melhores condições financeiras - não entrarei neste debate aqui -,  mantinham 70% das instituições públicas do País. Hoje, é exatamente o contrário: são 70% das instituições de ensino de terceiro grau que são dirigidas por instituições privadas do cunho da ULBRA e de outras mantenedoras, entidades às vezes comunitárias. E nós, evidentemente, entendemos, porque lutamos neste País para que não fôssemos tutelados. E, assim, há lugar para as universidades públicas federais e estaduais e, sem dúvida nenhuma, nós sempre continuaremos a pedir, a reivindicar muito mais espaço, porque há uma demanda reprimida, mas também há espaço para universidades de cunho privado, cujas mantenedoras, como a ULBRA, mantêm e são importantes nesse sentido para dar a guarida a tantos e tantos jovens que buscam o ensino superior neste País.

Nesse sentido, nós consideramos fundamentais a pluralidade, a diversidade e a abrangência dos seus cursos para que, no mundo moderno, no mundo competitivo e tão difícil de hoje, nós possamos ter em nossas salas de aula professores com capacitação, professores que, sem dúvida nenhuma, foram incentivados pela própria instituição, e eu diria, oxalá, que cada vez mais a Direção da Instituição incentive os professores a terem uma melhor qualificação e que busquem seus títulos de mestres, seus títulos de doutores e as suas especializações para que possam retribuir à comunidade universitária com o seu saber e seu conhecimento. Também ao esforço e à dedicação dos seus funcionários, que mantém a Instituição, que buscam no dia-a-dia fazer com que a Instituição tenha o melhor do seu funcionamento.

Queremos, também, destacar aqui o papel que tem essa Instituição na área da saúde. Nós somos, infelizmente, um país onde temos uma exclusão social brutal, onde não temos, evidentemente, o atendimento à saúde que nós, cidadãos brasileiros, merecemos e necessitamos. E a ULBRA se colocou no objetivo de entrar nessa parceria, de entrar nesse segmento com uma parceria conosco, com a Administração Popular de Porto Alegre, que achamos de fundamental importância, na Zona Sul da nossa Cidade, na Restinga. Que parcerias desse quilate sejam ampliadas em Porto Alegre e nas cidades- sede da Universidade Luterana do Brasil, porque nós precisamos construir, conjuntamente, mais e mais parcerias como essas que já estão sendo realizadas.

Meu caro Dr. João Luiz, representante da ULBRA, se pudermos, sem dúvida nenhuma, nós faremos pressão, porque nós temos muitas necessidades e infelizmente, hoje, o Poder Público não tem condições, muitas vezes, de dar guarida às demandas que existem na nossa Cidade na área da saúde.  Hoje também há muitas outras demandas reprimidas em muitas outras áreas do saber. Não apenas na questão da formação universitária, de um modo geral, nos cursos que os senhores ministram, na relação que os senhores mantêm na área da saúde, mas precisamos fazer com que a sua instituição participe, como já começa a participar, na área do lazer, do desporto e na área da cultura.

Portanto, queremos, e vamos pedir, que a sua instituição faça esforços no sentido de trazer mais benefícios para o conjunto daqueles que hoje precisam, porque, infelizmente, vivemos uma situação muito dramática, porque a população muitas vezes não tem acesso à cultura, ao esporte, ao lazer, porque aquele que está disponível não está ao alcance dessas pessoas. Mas com a sua instituição, com o arcabouço que ali existe, utilizando todo o seu espaço, numa parceria com o Poder Público, seja aqui na nossa Capital, dada a nossa proximidade com a ULBRA em Canoas, em outras cidades,  a população poderá usufruir desse espaço físico, do corpo docente, de todo o aparato que a Universidade já construiu para que também seja expandido para a área da cultura, do esporte e do lazer aquilo que a ULBRA deu e está dando em outros cursos, está dando na educação, de um modo geral, e na área da saúde.

Portanto, Senhoras e Senhores, queremos registrar neste momento a nossa homenagem à ULBRA, aos educadores deste País, aos funcionários das instituições, enfim, àqueles que fazem a cultura, a educação, que guardam por anos e anos aquilo que é muito caro para todos nós, que é o saber. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Conforme o Vice-Prefeito, José Fortunati, havia prevenido, ele precisou retirar-se, pois tinha uma audiência, e não poderia ser adiada, com a Secretária de Ação Social da Cidade de Vitória. O Ver. Antonio Hohlfeldt lembra que a Secretária de Ação Social de Vitória é do PSDB.

É com muito prazer que registramos a presença de três Vereadores da Cidade de Torres. São eles: Deolmar Goulart, Miguel Delfino e Paulo Perez, todos do PFL. (Palmas.) O Ver. Reginaldo Pujol está ausente neste momento, mas, seguramente, ele virá aqui para dar um abraço nos companheiros. Registramos também, com muito prazer, a presença do Vereador de Esteio, que é também meu grande amigo de lutas antigas, o Ver. Luiz Duarte, do Partido dos Trabalhadores.

O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para fazer a homenagem à ULBRA.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: (Saúda os componentes da Mesa.) Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, professores, estudantes, funcionários da Universidade Luterana, para nós é uma satisfação muito grande poder vir aqui, pelo Partido Trabalhista Brasileiro, prestar esta homenagem. O Ver. Antonio Hohlfeldt lembrou muito bem de fazer esta homenagem porque hoje vivemos um momento ímpar para a educação, justamente no momento em que se tem uma nova LDB, que traz uma abertura muito grande de expansão das universidades, dos cursos, no momento em que se fala na qualificação tão almejada dos professores e que este papel será fundamental para as nossas universidades em todo o País, mas, especialmente, para a ULBRA,  que terá uma missão relevante nesse processo, já que ela procurou, na sua trajetória de 25 anos, interiorizar ao máximo os cursos da Universidade, ampliando uma relação importante de crescimento educacional no nosso Estado.

Nós sempre lutamos em defesa da universidade e da escola pública, mas  nunca abdicamos do princípio democrático de termos as universidades privadas. Eu sei que o professor João Luiz também sempre foi um batalhador pela universidade e pela escola pública, mas, assim como nós, entende que a universidade privada também cumpre um papel social extremamente importante e de fortalecimento em uma sociedade democrática, principalmente porque se abre a possibilidade de as diversas confissões religiosas poderem também desenvolver as suas práticas religiosas, as suas filosofias junto às comunidades mais variadas. Então, é um processo muito importante numa sociedade como a brasileira, que procura crescer num processo democrático. É fundamental que instituições como a ULBRA se fortaleçam, assim como tantas outras que estão espalhadas neste País, mas que se fortaleçam de maneira positiva, realmente.

Vejam: agora, neste momento, se buscou - e até o Partido Socialista Brasileiro tem o compromisso muito grande com isso - a ampliação do crédito educativo neste País, fruto de uma ação parlamentar do PTB, através do companheiro Oswaldo Biorc e de uma mobilização interna que fizemos com vereadores e deputados para que pudéssemos ter uma ampliação desse crédito educativo, o que acabou beneficiando milhares de estudantes neste País. Isso tudo faz parte, justamente, de uma relação necessária e fundamental de oportunização, a toda a sociedade,  de utilização das nossas universidades. Dizia-se há pouco que as universidades públicas praticamente inexistem. Não é a realidade. As universidades públicas continuam tendo as maiores matrículas nacionais, e isso é fundamental. Nós temos que preservar as instituições públicas. Precisamos fazer, justamente, conviverem plenamente as universidades públicas, o Governo oferecendo mais matrículas nas universidades públicas, coexistindo com as universidades privadas. Sou contra essas teses que se espalham por aí de ser contra tudo, às vezes, até mesmo, perdendo a relação com o que se está sendo contra.  Então, é importante que se tenha essa visão de que a universidade pública ainda é a universidade que maior espaço ocupa e as universidades privadas terão que avançar também no seu conteúdo, na sua qualidade para poderem atingir o nível que as universidades públicas já atingiram no País. E esse é um compromisso que tenho certeza de que a Universidade Luterana tem com a educação do Rio Grande do Sul, tem com a educação brasileira, de crescer e poder ampliar essa relação.

Nesse momento, Prof. João Luiz - e transmita ao Reitor Becker e a toda a administração da Universidade Luterana -,  a Câmara Municipal de Porto Alegre presta essa homenagem a esta Instituição, mas  também  temos a preocupação de que jamais a ULBRA deixe de crescer, deixe de se aprimorar, deixe de se qualificar, porque isso é o fundamental para que essa qualificação seja cada vez maior nesse novo momento que o País atravessa, e através da própria LDB,  como dizia no início dessa manifestação. Essa qualificação inclui os professores,  porque o nível de educação no nosso País deixa a desejar. Todos temos consciência disso, que não se muda em alguns anos, mas somente de gerarão para geração. E, assim como tivemos um retrocesso por muito tempo, agora temos que recuperar o tempo perdido, e a forma básica é a da qualificação, forma essa em que a universidade passa a ter papel fundamental.  Para que possamos ter, até o ano  2000, já  entrando no novo milênio, professores com uma melhor formação, precisamos, neste momento, buscar maior qualificação das nossas universidades.

Nesse sentido, pedimos que a ULBRA, nos seus 25 anos de trabalhos positivos para a nossa sociedade, amplie e se qualifique cada vez mais,  porque estamos sempre dispostos a participar dos processos de crescimento da educação no nosso Município, no nosso Estado, no nosso País, porque esse é um compromisso fundamental que cada um de nós,  como cidadãos,  tem. Muito obrigado, e os nossos cumprimentos do Partido Trabalhista Brasileiro. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar ainda as presenças, em nosso Plenário, do Sr. José Roberto Garcez, que é o Coordenador de Comunicação Social da Prefeitura Municipal, e do Sr. Ubiratan de Souza, que é Coordenador-Geral do Gabinete de Planejamento da Prefeitura.

Passamos a palavra ao Sr. João Luiz Hohmann para falar em nome da entidade homenageada, a ULBRA.

 

O SR. JOÃO LUIZ HOHMANN: (Saúda os presentes.) Estamos aqui,  na sede de um poder constituído, um parlamento, com duas sobrecargas: a primeira é a possibilidade de desenvolver de uma maneira concatenada e racional o nosso falar, que não é essa a nossa especialidade; e a segunda é expressar um sentimento, não de foro pessoal, mas representando uma instituição como a ULBRA. Se, por um lado, nos orgulha esse tipo de incumbência, por outro,  nos traz a possibilidade de não desenvolver de uma forma correta e adequada, como num parlamento, aquilo que queremos dizer, e  antecipadamente pedimos desculpas.

O Ver. Antonio Hohlfeldt encaminhou uma proposta. Teve por parte da Câmara de Vereadores de Porto Alegre a aprovação por unanimidade para que se fizesse, neste jubileu de prata da ULBRA, uma homenagem, e gostaríamos de dizer, em nome da Universidade, que agradecemos muito a homenagem. Somos gratos, principalmente, pela possibilidade de estar aqui para dizer que, na realidade, quem tem a agradecer nestes 25 anos de desenvolvimento das atividades da Universidade Luterana do Brasil é a Universidade Luterana aos Senhores, representantes da comunidade de Porto Alegre, assim como a todas as demais áreas de abrangência nas quais a Universidade atua.

Foi colocado pelo Ver. Nereu D'Ávila um breve histórico de como se desenvolveu o  Sínodo de Missouri, com dois pastores, e que fez com que na Região Sul do Brasil surgisse a única universidade de Confissão Luterana da América Latina,  relatando, também, a que veio esta instituição no desenvolvimento das suas atividades de ensino. Foram expressas pelo nosso Ver. Adeli Sell as questões fundamentais de integração que a Universidade mantém com a comunidade, através das atividades conjuntas e outras que possam vir a acontecer no Município de Porto Alegre. E, no grato reencontro que eu tenho com o Ver. Jocelin Azambuja, ele coloca a sua preocupação a respeito de a ULBRA continuar a desenvolver as suas atividades e qualificações sem que perca o seu norte de instituição privada, confessional,  que deve assim continuar, sempre melhorando a sua qualificação para se justificar perante a comunidade.

A todos que representam os seus respectivos partidos, a identidade daquilo que é a essência da democracia, a possibilidade de divergirmos em cima de um conjunto de idéias, mas que tenhamos sempre o mesmo tipo de objetivo, que é o desenvolvimento das nossas comunidades, eu gostaria, em nome do Pastor, o Magnífico Reitor da nossa Universidade, Ruben Becker, de repetir uma palavra que é a que ele usa sempre, a cada passo que nós damos e a cada atividade que nós desenvolvemos: “Ebenezer”, que é “até aqui o Senhor nos conduziu”. E é assim que nós andamos. Em nenhuma das atividades que a ULBRA tem, seja na área da educação, seja na área da saúde, já distribuída geograficamente, aqui, por quem nos antecedeu, em nenhuma delas, com exceção de Canoas, foi a Instituição que  buscou se instalar naquela comunidade. Seja em Torres, que há pouco citaram, seja em Santarém,  seja em Porto Alegre, seja onde for, afora a nossa sede em Canoas, as nossas ações e atividades sempre foram em busca do atendimento de quem nos procura, porque foi assim que se instituiu o estatuto da nossa Instituição. As nossas ações são todas no sentido de se justificar à comunidade: se  é uma instituição privada, se desenvolve as suas ações, se tem uma configuração  confessional,  e ela tem - é luterana e se orgulha disso. A ULBRA  tem uma coisa que é muito importante: tem que se justificar diante das comunidades que lhe procuram.

Não há como desenvolver uma idéia de instituição em que se prega a universalidade do conhecimento, o desenvolvimento da pesquisa e a possibilidade de difundir o bem social senão atuando efetivamente em sintonia com quem lhe busca,  com apoio e  possibilidade de desenvolver um trabalho conjunto. Assim foi em Porto Alegre no segmento de saúde,  que hoje é basicamente a nossa atuação, afora algumas atividades de cursos de pós-graduação.

Viemos num desenvolvimento de atividades no segmento de saúde em Porto Alegre por solicitação, em alguma época atrás, do próprio Governo do Estado,  quando faliu um hospital em Porto Alegre e que estava prestes a ser leiloado para justificar as suas necessárias indenizações de débitos que estavam correndo na Justiça. Não era nossa idéia desenvolver atividade no segmento de saúde no Município de Porto Alegre,  até porque desenvolvíamos e desenvolvemos  o nosso hospital universitário em Canoas,  em construção,  com capacidade para mais de 500 leitos. Fomos instados a vir para a comunidade de Porto Alegre para esse fim.

Paralelamente a esse primeiro desafio,  surgiu uma segunda solicitação: um outro hospital jazia não só por uma questão legal e de justiça, mas até por uma questão policial, e ali também estava um conjunto de pessoas e de profissionais - posteriormente, trabalharam conosco e estão conosco -, naquele momento, enfrentando também a possibilidade da perda dos empregos em função do estabelecimento, que era o Hospital Ipiranga. Não foi diferente no Hospital Independência e muito menos foi diferente a justificativa pela qual, em 24 horas, por solicitação do Poder Público Executivo Municipal de Porto Alegre - e além do Ver. Adeli, na época, me permito citar a Vera. Maria do Rosário - em 24 horas, nós tivemos que desenvolver um trabalho um tanto quanto difícil, mas que não foi impossível (lá está ele), para que se desenvolvessem as atividades que hoje temos, e  nos orgulhamos de ter,  na unidade ambulatorial da Restinga, um trabalho cuja qualidade está longe do nosso ideal, mas que nós buscamos todos os dias, junto com a Secretaria da Saúde correspondente e com o apoio das críticas, melhorar.

Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, autoridades, nós gostaríamos, efetivamente, de, a partir desse encaminhamento feito pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, que nos possibilitou a oportunidade de estar perante V. Exas., agradecer à comunidade de Porto Alegre, que nos permite, hoje, ter a sede da nossa estrutura organizacional de saúde em Porto Alegre, localizada em um prédio histórico no Centro da Cidade,  na Rua Voluntários das Pátria com a Rua Cel. Vicente. Esse segmento, essa importância e esse reconhecimento vêm da Instituição a esta comunidade que nos acolheu e que nos propicia, a cada dia, novos desafios. E  por isso se justifica a Instituição que nós temos e nela sentimos o orgulho de servir e de trabalhar.

Sr. Presidente, receba da nossa parte, da Universidade Luterana do Brasil, muito menos o agradecimento da homenagem, mas muito mais o agradecimento da oportunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós queremos, mais uma vez, agradecer a presença dos representantes da ULBRA, dos componentes da Mesa, dos representantes do Governo do Estado, do Exército. Estamos aqui com o Cel. Siqueira, que nos trouxe uma notícia que existem três Vereadores que foram agraciados pelo Comando Militar do Sul e oportunamente divulgaremos os nomes dos Vereadores. É uma homenagem do Comando Militar a este Legislativo e acho que deve ser estendida a todos.

Agradecemos a todos e damos por encerrado este momento, desejando, mais uma vez, sucesso à ULBRA, e que ela continue nessa rota de vitórias, tanto na área da saúde como em outros setores que tem desenvolvido em nosso Estado e em nossa Capital.  Muito obrigado.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h36min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 15h50min): Estão reabertos os trabalhos. A Vera. Maria do Rosário está com a palavra no Grande Expediente.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não solicitei tempo especial justamente porque temos a possibilidade, dentro do Grande Expediente, de relatar a audiência que realizamos hoje pela manhã - a Comissão  de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos desta Casa e a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa - com o tema “Situação atual do programa a adolescentes autores de ato infracional da FEBEM. Causas, conseqüências e propostas”.

Pela manhã tivemos o depoimento de representantes do nosso Município, do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. Tivemos o depoimento do Ministério Público, de diversos Promotores, do Juizado da Infância e da Juventude, e concluímos os trabalhos desta manhã, na sala da Comissão da Assembléia Legislativa, com o depoimento da Presidente da FEBEM, Dra. Maria Josefina Becker.

Faço questão de dizer a V. Exas. que não concluímos o trabalho a que as duas Comissões haviam se proposto e, portanto, mantivemos uma agenda para a próxima quarta-feira, a partir das 9h, na qual continuaremos e especialmente trabalharemos propostas das diferentes instituições para a questão dos recorrentes motins que estão acontecendo dentro deste programa e também  propostas de prevenção a situações de violência. Quero dizer aos Senhores que tivemos a presença de pessoas dos gabinetes dos Vereadores Hélio Corbellini, Carlos Garcia e o acompanhamento do Ver. Renato Guimarães.

Como questões preliminares levantadas, nós temos a situação crítica das unidades de internação da FEBEM,  envolvendo a situação de superlotação,  a carência de pessoal, a  dificuldade nas condições de trabalho para os monitores, condições físicas precárias nas instituições e conflitos internos entre os próprios adolescentes, entre os adolescentes e funcionários e também entre os funcionários e a Direção.

Pudemos observar,  pelos diferentes depoimentos,  a iniciativa bastante louvável da própria Direção da  Instituição de estabelecer uma política norteada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, mas com determinados problemas no gerenciamento e com contradições internas em relação a esses novos paradigmas  entre os diversos  segmentos da vida institucional. 

O que quero dizer, Srs. Vereadores, é que, sem dúvida, existe uma disposição na Direção da Instituição de estabelecer novos paradigmas  dentro  da proposta do ECA, mas a verdade é que os princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente são princípios ainda não assumidos globalmente pela sociedade e tampouco esses princípios são assumidos de uma forma direta pelo conjunto das instituições que atuam mesmo na questão da criança e do adolescente. Temos plena consciência de que a questão dos autores de atos infracionais, mesmo no reordenamento institucional...

 

(Interrupção.) (Conversas paralelas no Plenário.)

 

 Sr. Presidente, é muito difícil, mas eu não ligo. Nós damos o nosso depoimento. Os Vereadores que desejarem ouvir que o façam.  Sr. Presidente, peço  a garantia do meu tempo.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereadora,  a única intenção da Mesa foi melhorar as condições, porque o ambiente está tumultuado.  V. Exa. está com o tempo garantido.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Eu agradeço, Sr. Presidente. Registro que compartilho das preocupações do Ver. Pedro Américo Leal, mas está-se tornando tão corriqueiro e comum que um orador esteja na tribuna e que pouco ele seja escutado, que esta Vereadora,  quando fala aos seus colegas, especialmente, tem a certeza de que está falando para os Anais e falando para a Cidade como um todo. Portanto, não abandonamos a idéia de que é importante usar essa tribuna, mesmo quando não estamos sendo ouvidas, e tenho certeza de que os colegas me compreendem.

De toda forma, quero dizer aos Senhores que fizemos uma excelente reunião, uma reunião de trabalho, e por isso quero convidar a todos os Senhores e Senhoras para que compareçam na próxima quarta-feira.

Eu dizia, sobre a questão dos autores de ato infracional, que, mesmo numa situação de reordenamento institucional, não virão a ficar sob a responsabilidade do Município. Eles permanecerão sob a responsabilidade do Estado, e nós precisamos entender a FEBEM como uma instituição que faz múltiplo atendimento. Atende desde aqueles que são abandonados, aqueles que são negligenciados, aqueles que estão em risco pessoal e social, e aqueles, inclusive, portadores de algum tipo de deficiência física e mental, abandonados dentro daquela instituição.

Essa ressalva, esse destaque é importante porque não podemos observar essa instituição somente na perspectiva do atendimento que ela faz e que é muito sério aos autores de ato infracional. No entanto, mesmo conhecendo que do ponto de vista da organização institucional o Município paulatinamente, dentro do espírito do ECA, deverá assumir os programas daqueles negligenciados, abandonados, em risco pessoal e social, especialmente os programas preventivos de atendimento  à violência, os autores de ato infracional ficarão sob a responsabilidade do Estado.

Agora, nós temos responsabilidade. E qual é a responsabilidade que temos? Garantir que essa  instituição, assim como todas as outras que estão também no âmbito da Cidade de Porto Alegre, trabalhe, atue justamente na perspectiva do ECA e que esteja adequada, atendendo e garantindo à sociedade que o sujeito que possa voltar ao convívio de todos nós o faça plenamente integrado e com a capacidade de se relacionar, de estar estruturado  para uma vida social de contribuição, de respeito consigo mesmo e com o seu próximo. É isso que nos move.

Então, fico absolutamente satisfeita de a nossa Comissão estar participando nesse momento de reflexão, de avaliação, mas de proposição de políticas, porque tudo isso, ao fim e ao cabo, diz respeito à vida humana, a como as nossas crianças são atendidas, como se previne situações de violência e como, ao final desse processo, com aqueles que não conseguimos trabalhar preventivamente, a situação pode ser tratada, ainda em grau de recurso, na perspectiva do ECA, dentro de uma instituição que tem a responsabilidade de devolvê-lo para uma vida em comunidade.

As críticas foram grandes, especialmente por parte do Ministério Público Estadual, e  estamos trazendo para a nossa Câmara de Vereadores. Estarão à disposição, antes da próxima quarta-feira, de todos os Vereadores, não só os integrantes da CEDECONDH, mas a todos os Vereadores da Casa interessados na questão, documentos que foram apresentados pela Presidente da FEBEM, documentos que foram apresentados pelo Ministério Público Estadual, que estuda algumas ações civis contrárias à Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor.

Eu quero agradecer esta audiência e dizer que, na próxima quarta-feira, temos a certeza de que estaremos mais uma vez trabalhando integrados para que essas questões tenham solução. Muito obrigada.

 

 (Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum está com a palavra no Grande Expediente.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ocupo o espaço de Grande Expediente para fazer um registro e ao mesmo tempo prestar a minha homenagem ao Grupo Amauri Consórcios. Seguramente, é um dos maiores grupos de consórcios do País. É uma empresa de Santa Catarina que, para nossa satisfação, está se instalando em Porto Alegre.

A relação entre o automóvel e o Grupo Amauri sempre foi muito forte, a partir do comércio de peças, acessórios, veículos e assistência técnica, desde a sua fundação, em outubro de 1963. No início era apenas uma loja de acessórios denominada “Rei dos Acessórios”. Já em 1968 mudou de endereço, ampliou seus negócios e passou a prestar serviços de assistência técnica e comércio de veículos, sendo nomeada, em outubro de 1974, Concessionária Autorizada Volkswagen para a Grande Florianópolis. Em abril de 1981, foi fundado o Consórcio Amauri, abrindo espaço para a regionalização e interiorização de suas atividades comerciais, sendo hoje a sexta maior administradora de consórcios do Brasil.

Atualmente, possui mais de 500 funcionários, divididos em 28 unidades nas Cidades de Florianópolis, Blumenau, Itajaí, Joinvile, Lages, Criciúma, Tubarão, Chapecó, Camboriú, São José, Jaguará do Sul, Joaçaba, Concórdia, e agora instalando-se também em  Porto Alegre. Esse grupo também se encontra em Curitiba, com mais de 130 mil clientes atendidos. As áreas de atuação são: administradora de consórcio; administração financeira; comércio de automóveis e motocicletas; comércio de autopeças, acessórios e assistência técnica; construção civil; hotelaria e turismo; informática; internet; locação de veículos; seguros; TV por assinatura.

O Grupo Amauri - Administradora de Consórcios surgiu como uma nova modalidade de prestação de serviço, servindo de alavanca para regionalização e interiorização de suas atividades em Santa Catarina. Atualmente administrando grupos de consórcios das  marcas Volkswagen, Honda, Suzuki e Fiat, é considerada a sexta administradora de consórcios no Brasil.

É com satisfação que fazemos este registro em nossa Câmara Municipal de Porto Alegre, porque esse grupo está-se instalando em Porto Alegre e em março de 1998 será instalada pelo grupo uma das maiores concessionárias Fiat do Sul do País, na Av. Sertório. Queremos render nossas homenagens e fazer o registro de que, junto com mais este empreendimento, com certeza estará gerando mais impostos e mais empregos em Porto Alegre, e, com certeza, é o que nós precisamos.

Agradecemos, então, na pessoa do jovem e empreendedor Amauri Júnior  e de seu assessor Antônio Carlos Martins, ficando registradas nos Anais da Casa nossas homenagens a este grupo que, com certeza, estará contribuindo para o engrandecimento da nossa Capital e para o engrandecimento do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra no Grande Expediente.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, parece incrível que hoje nós usamos o Grande Expediente, as Comunicações. É quase inacreditável  que esta Câmara possa se voltar para um assunto de ordem nacional, de ordem estadual, porque ela está sempre preocupada com a pauta, soterrada com a  pauta. Eu pergunto aos Vereadores: está certo isso? Os assuntos nacionais devem ser postergados ao plano a que são? E os estaduais também?  Devemos nós, Vereadores,   nos ocupar apenas das querelas trazidas a pauta, onde estão os anseios dos Vereadores, dos projetos que eles fazem ou do Executivo? Acho que não.

Discuti muito isso com o Ver. Henrique Fontana, Líder do PT - V. Exa. deve se lembrar disso - na outra legislatura, em que condenava veementemente essa posição da Câmara Municipal de Porto Alegre em se deter apenas nos assuntos da pauta.

Aquele aglomerado de Vereadores que está ao leste do Plenário, indisciplinadamente,  eu pediria que V. Exa. os  colocasse no lugar que merecem.

 

O SR. PRESIDENTE: Pedimos que os Srs. Vereadores assumam suas tribunas com disciplina, conforme o Ver. Pedro Américo Leal tem o direito de solicitar.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Assim como um bando de aves arruaceiras, eles estavam  ali, no canto do Plenário, atrapalhando aqueles Vereadores que queriam prestar atenção, que, na verdade, me distinguiram com a sua preocupação.

Por isso é que eu pergunto. Sou o autor de um projeto sobre a droga e, embora também entre na pauta, ele não tem repercussão alguma dentro da Câmara. Parece que a droga não é um problema do Brasil. É  incrível, mas fiz um duelo entre dois projetos que apresentei aqui: um, singelo, sobre enquetes que eram feitas nas sinaleiras; outro é o da droga propriamente dito. Colocamos esse projeto que já está com repercussão  na AGERT. O que a AGERT está fazendo, Srs. Vereadores, é o que o meu Projeto tem: “diga ‘não’ às drogas”. A AGERT já adotou esse “slogan”, e a Câmara, completamente impávida, ainda não se manifestou e ainda não se imbuiu desse poderoso tentáculo que submete a todos nós dentro do Brasil e no mundo inteiro -  por que não dizer?: a droga, que toma conta das famílias em todos os níveis, em todos os segmentos e que, inclementemente, faz com que os rapazes, as moças sejam ultrajados, vilipendiados. A droga é responsável por crimes, inclusive. Hoje, por coincidência, os jornais apresentam dois crimes que têm, por trás, a droga.

 Por que não tem importância a tentativa de dizer “não” às drogas? Por que ninguém tem coragem de enfrentar os traficantes? Por que é que nós estamos em situação defensiva? Por que estamos submissos?  Nós temos que reagir!

 Eu dizia, hoje, ao Prefeito Pont, que me telefonou, com respeito às drogas: “Prefeito, o Senhor pode muito bem utilizar a verba de propaganda que nós estamos votando na Câmara para fazer a difusão do projeto sobre a droga. V. Exa. tem a oportunidade agora”. Eu estou divulgando aqui uma conversa pessoal. Vamos fazer com que essa verba seja utilizada também, e mais do que nunca, na difusão dessa verdadeira reação que a Câmara e toda a população de Porto Alegre deve fazer contra a droga.

 Eu não tenho nenhum drogado na minha família. Meus filhos estão criados, são rapazes e moças já casados, que não sofrem o problema da droga. Mas meus amigos sofrem esse problema. Por que nós não esboçamos uma reação qualquer contra a droga, que infesta tudo?

O Ver. Garcia, que é professor de Educação Física e diretor da Faculdade de Educação Física do IPA, se não me engano, deve saber e observar como a mocidade está infestada pela droga, em desafios constantes, como este: se não é homem, não é macho, e tem que fumar para provar que é homem. Isto é, na verdade, uma ameaça a todos nós. Vamos fazer o que puder. Acho que esta guerra é perdida. A droga tomou conta de tudo. Mas vamos esboçar uma reação, uma tomada de posição nesta Câmara para não dizer que no momento devido não manifestamos uma reação contrária a esse monstro que avassala o mundo.

Então, Srs. Vereadores, conclamo a todos a dizerem alguma coisa sobre o problema da droga. O projeto está pronto, virá  a votação. Está aí a comunidade judaica, Ver. Isaac Ainhorn, que já tomou posição contra a droga dois meses atrás. O meu projeto é anterior a tudo isto, mas não estou fazendo campeonato para ver quem chega na frente. Precisamo-nos juntar, fazer qualquer coisa contra esse monstro que toma conta do mundo. Ele não pode se apoderar da nossa mocidade impunemente. Temos que fazer alguma coisa, manifestar uma reação qualquer contrária à droga. Acho que é uma tolice, não vai adiantar grande coisa, mas pelo menos tomemos uma posição. Não podemos ver essa coisa acontecer ao deus-dará.

Peço a atenção de V. Exas, Srs. Vereadores, sobre o problema da droga.                             Não sei por que ninguém tem coragem de enfrentar esse problema. Não sei qual o poderio do traficante. Por que a droga entra tanto? Por que não fazemos nada? Por que as igrejas não dizem qualquer coisa? Por que as igrejas não têm pastoral contra a droga? Por que não existe a pastoral contra a droga? Não há por quê?  Não tem pastoral penitenciária, pastoral da terra? Por que não fazem a pastoral contra a droga?  Por que a Igreja Católica não faz uma cruzada contra a droga? Tem-se é silêncio, porque não ouço nada! A repercussão é completamente nula.

Concluo dizendo que um projeto corre dentro desta Casa há mais de meio ano. A AGERT adotou o projeto. Não tem importância. Ótimo! Mas eu queria que a Câmara Municipal, que é a autora desse projeto - é de um Vereador, que por acaso sou eu - contra a droga,  tomasse posição contra esse flagelo que toma conta da humanidade, pois a droga  avança contra nossa mocidade, impunemente, sem que ninguém faça nada. Eu, que combato sempre, acho que esta guerra é perdida. É uma guerra perdida! Vamos fazer qualquer coisa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Pedro Ruas cede seu tempo a V. Exa.,  Ver. Nereu D'Ávila.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, agradeço ao Ver. Pedro Ruas pela cedência de seu tempo.

Eu quero reportar-me a algo que está crescendo, pouco a pouco, e tenho certeza de que logo ali adiante teremos problemas. Eu já me pronunciei aqui, claramente, sobre essa questão da Medida Provisória nº 1539/34, que na semana passada o Presidente Fernando Henrique Cardoso reeditou, para a abertura do comércio aos domingos.

 Pronunciei-me, no caso de Porto Alegre, radicalmente contrário a qualquer modificação, e agora quero reiterar essa posição. Eu me reporto a esse assunto novamente devido a uma notícia perturbadora que saiu no jornal e que ainda não foi confirmada pelo Presidente Clovis Ilgenfritz. A notícia diz que a FECOMÉRCIO - Federação do Comércio Varejista - teria encaminhado um documento, hoje, a esta Casa, pedindo a modificação da lei, penosamente trabalhada durante anos nesta Capital, para o entendimento atual de abertura de seis ou sete vezes ao ano, nos domingos anteriores a grandes eventos, como Dia dos Pais, Dia das Mães e outros. O Presidente Clovis Ilgenfritz ainda não recebeu nada, mas é evidente que haverá um documento para a  modificação da lei.

O Sr. Marconato diz que o momento não é bom para acontecer essa Medida Provisória, mas, no fundo, eles estão querendo que a Câmara modifique. Então, eu já antecipei essa questão, que ainda vai chegar aqui. Reitero que, durante anos, moedas foram atiradas na nossa cara quando das votações de projetos que  tratavam da abertura do comércio aos domingos, do “sábado inglês”  etc. Depois, esta Câmara, com emendas e subemendas, acabou transferindo essa questão a quem de direito, ou seja, ao Sindicato dos Comerciários, que representa legitimamente os comerciários, às federações do comércio ou a quem representa o comércio. E eles, os interessados, conseguiram uma lei.

 Agora, o Sr. Presidente, que edita medida provisória como toma copo d'água, acha que aqui embaixo vamos modificar açodadamente leis que custaram muito para nós, cidadãos de Porto Alegre.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)  Eu tenho uma profunda crítica à Medida Provisória porque a li e ela é, em relação à questão da abertura do comércio aos domingos, mais um documento absolutamente inócuo, porque o art. 7º faculta a abertura e remete à legislação municipal, ao art. 30, inciso I, da Constituição Federal. Porto Alegre tem uma legislação municipal. A meu juízo - e jogo aberto - acho que ela deveria condicionar apenas o acordo, mas há uma legislação que condiciona o acordo e a convenção. Agora, o Presidente da República tinha que  ter a coragem - e ele não teve - de assegurar a ampla liberdade do comércio -  e ele não o fez. Ele tinha que, no dispositivo da lei, assegurar a abertura do comércio.

Evidentemente, eu sei que aqui tem uma esquerda que é muito atrasada e uma muito crítica, porque a esquerda atrasada foi autora de um projeto que quis fechar o comércio aos sábados à tarde e, por alguns dias, foi vitoriosa aqui na Casa. Foi necessária uma renovação de votação para reabrir o comércio aos sábados à tarde. Vejam, trata-se de abrir o comércio aos domingos e aqui se conseguiu, por alguns dias, por autoria de um Vereador que ainda está no exercício do mandato nesta Casa, fechar o comércio aos sábados à tarde.  Respeito a posição de V. Exa.;  agora,  é fruto desse Governo que está aí, que produz documentos sem maior estudo, sem maior reflexão; nem conhece a questão e assinou uma medida provisória que faculta o Governo do “nhe-nhe-nhem”,  que assina medida provisória como toma não água, mas  bebe uísque.

 

O Sr. Gerson Almeida: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu vou ser breve. Não vou fazer uma excursão, como fez o Ver. Isaac Ainhorn. Quero-lhe parabenizar pelo pronunciamento e dizer também que o PT soma esforços no sentido de que, primeiro, é um absurdo legislar sobre questões como essa com medida provisória; segundo, ela, claramente, fere a autonomia do Município sobre o assunto, e Porto Alegre tem uma longuíssima discussão, da qual o nobre Vereador é uma das partes mais ativas. Quero-me somar ao seu pronunciamento.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Quero agradecer pelos apartes, inclusive o do Ver. Isaac, que é importante na medida em que o Vereador sempre teve uma posição clara, mas agora, pelo seu aparte, diz claramente que, remetendo ao Município, tropeça na legislação que, no meu entendimento, é insubstituível, salvo melhor juízo, mas, no meu entendimento, a legislação está muito boa no Município e não tem que mudá-la. Então, esse documento que virá para cá será instigante na medida em que ele será o início de um estopim que sei que exercerá pressões até que tenha que se mudar para que o comércio abra todos os domingos. Por isso já estou antecipando, fazendo um “habeas corpus” preventivo no sentido de que esta Câmara deve precaver-se, porque a duras penas - e aí não estou discutindo ideologia, porque não é o caso - procurou atender os interesses das duas partes e modificá-la agora seria temerário, seria burrice, porque seria mexer em um abelheiro. E  só iria prejudicar, porque, se os próprios comerciantes dizem que mesmo a prazo não têm vendido, eles mesmos estão reconhecendo. Ora, se eles mesmos estão reconhecendo que abrir é temerário, por que esta Câmara iria se meter em uma briga dessas? Absolutamente dispensável.

 Eu creio que, mesmo que venha o documento, esta Câmara deve ter uma posição clara. O comércio abriu no domingo antes do Dia dos Pais. Vendas: ruins, por causa da situação econômica. Então, para que abrir todos os domingos?

Concluindo, quero repetir que o argumento de que vai criar novos empregos é balela! Não existe isso. Falem com os comerciantes para saber: eles fazem escala, eles dispensam os que trabalham domingo num dia da semana. Não dá novos empregos, até porque não há como pagá-los. O próprio Secretário chorou ontem, a tarde toda, na Rádio Gaúcha, dizendo que não tem dinheiro porque baixou o ICMs, exatamente porque as compras diminuíram, e diminuíram porque não há dinheiro.  Então, o documento que chegará aqui chegará em condições deploráveis. Não há condições. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que se altere a ordem dos trabalhos, colocando agora a Ordem do Dia e fazendo uma inversão também nos processos que estão na Ordem do Dia, colocando os requerimentos em primeiro lugar.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Luiz Braz. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como estão. (Pausa.) APROVADO.

Mas, antes de entrarmos na Ordem  do Dia, o Ver. Carlos Garcia está com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aproximadamente por 90 dias estivemos visitando todos os centros comunitários da FESC e terminamos essas visitas na semana passada.  É sabido que a FESC assumiu o seu real papel assistencial, e o que estamos propondo, na tentativa de agilizarmos esse processo, e é a vontade do Executivo, é que os centros comunitários que possuem piscinas, ginásios e quadras desportivas sejam passados para a Secretaria Municipal de Esportes. Ontem, numa reunião em que fomos muito bem recepcionados pela Sra. Ana Paula, Presidente da FESC, colocou-nos que a FESC também tem essa intenção. Ao mesmo tempo, hoje, no Centro Esportivo 1º de Maio, está sendo realizado um projeto- piloto de gerenciamento junto com a Secretaria Municipal de Esportes, e o grande entrave é como ficará o gerenciamento desses centros comunitários com a Secretaria Municipal de Esportes. O que estamos solicitando à Administração Popular e aos Srs. Vereadores é que agilizem o quanto antes esse processo, porque, no momento em que dissemos que a FESC assumiu a sua real identidade de assistência social, hoje ocorre que, na maioria das vezes, nos fins de semana, esses centros comunitários deixam de atender uma demanda de milhares de pessoas que poderiam estar fazendo a sua atividade de lazer e de esporte.

Os centros comunitários, hoje, não estão dentro da periferia. A Cidade cresce cada vez mais, só que entendemos que milhares de pessoas deveriam utilizar esses locais, e é em cima disso que estamos solicitando o empenho dos Srs. Vereadores, porque vai vir para esta Casa a aquiescência para que a Secretaria Municipal dos Esportes possa otimizar o quanto antes e fazer com que a população de Porto Alegre possa usufruir desses locais na sua plenitude. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não sei se os Vereadores que têm usado a tribuna para atacar o Presidente da República sobre a Medida Provisória em torno do sábado inglês leram a Medida Provisória. Pelo jeito não leram, porque senão não diriam o que estão dizendo. A Medida Provisória do Presidente da República é muito clara. Ela tenta preencher lacuna de legislação do País, ou seja, em primeiro lugar, para quem leu a Medida Provisória, vai verificar que é prerrogativa do Presidente da República legislar sobre questões trabalhistas. Se estamos ou não de acordo com elas, é outro problema, uma questão de mérito, não de legalidade. E eu quero dizer que me mantenho, e o Presidente da República tem a mesma posição, estritamente naquela posição que historicamente tenho mantido nesta Casa: questão de sábado inglês é questão de sindicatos. Não é questão de Município e não é questão de Vereador. Agora, é questão, sim, do Ministério do Trabalho e, portanto, do Presidente da República. Ninguém está ultrapassando prerrogativas.

Em segundo lugar, quem leu a Medida Provisória, e não está falando por oportunismo ou por ignorância, deve ter lido que o Presidente da República foi muito claro na redação do texto por ele assinado. A legislação respeita a autonomia municipal, ou seja, Municípios onde já exista a legislação, seja proibindo, seja permitindo, é esta a legislação que vale. Em nenhum momento, o Presidente da República avançou sobre a autonomia municipal. A Medida Provisória busca abrir um caminho de disciplinamento  apenas e tão-somente naqueles Municípios onde não existe legislação municipal.  Portanto, o Presidente da República desempenhou a sua função, apresentando uma medida provisória que, por sua vez, foi montada a partir do Ministério do Trabalho.

Um novo  aspecto que eu quero chamar a atenção, para quem leu a Medida Provisória e não está falando de ouvido, é de que a Medida Provisória não obriga ninguém a trabalhar sábado ou domingo. É igual àquele discurso estúpido e idiota que, ao longo de  20 e poucos anos, impediu a lei do divórcio no Brasil. Parecia que, se votasse a lei do divórcio no Congresso Nacional, no outro dia todo mundo estava obrigado a se divorciar.  O mesmo discurso estúpido e idiota que continua vigorando no Brasil é o que envolve a questão da legalização do aborto neste País. Parece que, se votada a legalização do aborto, todo o mundo vai abortar a partir do dia seguinte, por obrigação de ofício, que é outra coisa idiota.

Esta Medida Provisória é muito clara: ela não obriga ninguém a trabalhar, ela não obriga ninguém a adotar a legislação, ela não obriga ninguém a fazer isso ou aquilo. Ela apenas explicita a possibilidade. Parece-me que ela tocou em uma questão que é fundamental para o País. Por quê? Porque há Municípios onde é fundamental se trabalhar no sábado e no domingo, porque são Municípios turísticos, por exemplo, que recebem os turistas no sábado e no domingo e podem dar folga para os empregados na segunda-feira. Porto Alegre tem uma legislação. Ninguém invadiu a área de Porto Alegre. Outros Municípios, como Santa Maria, têm uma legislação que, ao contrário de Porto Alegre, permite trabalhar no sábado e domingo. Ninguém invadiu o espaço de Santa Maria. Lá, a Câmara de Vereadores  já definiu, assim como aqui em Porto Alegre, onde a Câmara e a Prefeitura já definiram. Então, parece-me que ficar discutindo essa história da Medida Provisória para Porto Alegre, para quem leu e não está chutando e nem falando de ouvido, é perder tempo. Porto Alegre já tem definido esse assunto e, a não ser que alguém apresente nova legislação, em Porto Alegre ela não vigora. O próprio Presidente da República reconhece isso.

Quero deixar esse registro porque eu li a Medida Provisória e acho que é importante que os Vereadores que me atrapalham no discurso que estou fazendo também leiam, Ver. Isaac Ainhorn, a Medida Provisória e respeitem o Regimento da Casa. Debate se faz no tempo propício. Eu ouvi quem atacou e gostaria de ser ouvido como quem faz a defesa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.) 

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Dib está com a palavra para uma Comunicação de Liderança.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na segunda-feira, nesta tribuna, eu falava da minha tristeza pela forma como muitas coisas eram conduzidas aqui nesta Casa. Hoje, triste e sonolento em função de um remédio que me deram, eu sou obrigado a ouvir falar em medida provisória. Claro que sou contra as medidas provisórias, porque sou contra um Congresso Nacional incapaz, incompetente e safado, que não analisa as medidas provisórias. Por isso que o Presidente faz as medidas provisórias que quer e deseja.

Mas, numa tarde em que tenho tristeza e sonolência, eu tenho que ouvir um debate sobre a Medida Provisória e a abertura do comércio aos domingos. Sempre, desta tribuna, eu disse que não competia à Câmara a decisão sobre a abertura ou não do comércio aos domingos, e também aqueles que acompanham sabem que o artigo de lei colocado pela Casa, dizendo que deve ser fruto de  acordo ou convenção de trabalho, é inconstitucional, já julgado pelo Tribunal de Justiça.

Mas quero voltar à Medida Provisória que todo mundo fala que leu. A Medida Provisória tem oito artigos. Um deles, o 6º, diz: “Fica autorizado o trabalho aos domingos no comércio varejista em geral, respeitadas as normas de proteção ao trabalho, observado o art. 30, inciso I, da Constituição”. Mas essa Medida Provisória deveria ser saudada pelo PT! Eu até queria que o Secretário Arno Hugo dividisse com os trabalhadores da Prefeitura os lucros que a Prefeitura teve, porque superávit é lucro. Essa Medida trata sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas e dá outras providências. Essa é a Medida Provisória que está sendo discutida,  condenada e amaldiçoada. (Como sempre, o debate lateral é mais importante do que aquele que aqui na tribuna traz um pouquinho de verdade, um pouquinho de esclarecimento!) Essa Medida Provisória diz no art. 1º: “Regula a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa como instrumento de integração entre o capital e o trabalho e como incentivo da produtividade, nos termos do artigo da Constituição”. A “participação nos lucros”, diz o art. 2º; aí define, têm vários parágrafos. O  art. 3o diz: “A participação de que trata o art. 2º não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado”. O art. 4º diz: “Caso haja negociação visando participação nos lucros ou resultados da empresa e resulte em impasse, as partes poderão utilizar-se dos mecanismos de solução de litígio”. O art. 5º diz que “a participação de que trata o art. 1º desta Medida Provisória, relativamente aos trabalhadores de empresas estatais, observará diretrizes específicas fixadas pelo Poder Executivo”.

E eu, então, não vi nenhum desses heróis defensores dos trabalhadores, que tomam o dinheiro dos trabalhadores, da Prefeitura de Porto Alegre por exemplo, não vi nenhum desses heróis vir a esta tribuna dizer que, até que enfim, o Presidente da República faz uma medida provisória em favor do povo brasileiro - porque o povo brasileiro são os trabalhadores;  equivocam-se os que pensam que não. Ninguém veio falar da participação no lucro das empresas; só vieram falar de um assunto que não precisa ser falado - que o FECOMÉRCIO, o SINDILOJAS decidam com S. Exa. o Sr. Prefeito, que já se antecipou -, mas ninguém falou na participação dos empregados no lucro da empresa. Parece que não há interesse, parece que isso é uma coisa a mais. É por isso que este Brasil não anda da forma como deveria andar. Anda bem porque há brasileiros ilustres, inteligentes e trabalhadores, mas o resto ... Ao resto eu desejo saúde, paz e um pouco de estudo também. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. JOCELIN  AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que me traz à tribuna é um outro tema, mas eu gostaria de fazer uma pequena reflexão em cima da questão das medidas provisórias nesse espaço de Liderança do PTB que me foi concedido pelo colega Líder da Bancada, Ver. Luiz Braz, para que vejam como nós não gostamos, evidentemente, que se legisle de outra forma que não seja através do Parlamento, mas, normalmente, o Poder Executivo patrola - como se diz na linguagem popular, e eu ouvi essas expressões há poucos dias em nível estadual - o  Legislativo. Eu, na legislatura passada, passei quatro anos aqui e assisti a tudo isso, e me surpreende quando se diz o contrário. Da mesma forma acontece no Governo Federal, e esse é o processo político que existe no nosso País: o Poder Executivo passa continuamente por cima do Poder Legislativo, mas por incompetência do Legislativo. Sabemos disso. Vejam o caso das medidas provisórias. Agora, alguns se indignam com essa em relação ao comércio, porque mexe numa questão que é sempre delicada. Por outro lado, vemos que houve omissão do Congresso Nacional.

Vou dar outro exemplo a V. Exas.: os juízes vogais da Justiça do Trabalho. Volta e meia fazem-se críticas em nível nacional sobre aposentadorias na área política. Mas vejam: as aposentadorias na área do Judiciário, na área trabalhista são simplesmente vergonhosas. Cinco  anos de trabalho numa Junta de Conciliação e Julgamento já lhes dá uma aposentadoria de cinco a seis mil reais. Imaginem isso em todos os Municípios brasileiros, em todos os tribunais. Quantos milhares de aposentadorias já saíram e estão saindo! Aí, através de uma medida provisória, o Presidente da República teve que dar um basta nisso, porque não conseguiu no Congresso reverter esse processo, que é profundamente constrangedor a toda a sociedade. Questionamo-nos: é válida ou não é válida a medida provisória quando o Congresso ou o Poder Legislativo como um todo se omite? Temos que ter muito cuidado ao fazer a crítica quando não se espia um pouquinho para o lado ou para trás.

Gostaria de fazer um elogio ao Governo Municipal no sentido da instalação de uma sinaleira na frente do Shopping Praia de Belas. Passei toda a legislatura passada fazendo essa reivindicação. Não conseguimos. Levamos à associação de bairro, ao Secretário Municipal dos Transportes; mostramos o número de acidentes que ocorriam na Av. Praia de Belas; fizemos um Pedido de Providências nesta Casa em 1993. Morreram pessoas naquela avenida, outras se feriram. Graças a Deus, o Executivo Municipal,  tardiamente - mas nunca é tão tardiamente -, acabou implantando uma miraculosa sinaleira para pedestres na frente do Shopping Praia de Belas. Agradeço, só lamentando que isso não tenha acontecido há alguns anos, porque se teriam evitado muitos acidentes, perdas de vidas, todas essas coisas que, às vezes, passam despercebidas.

 Por outro lado, também lutamos muito por modificações no Bairro Menino Deus, no trânsito e na Gonçalves Dias, que agora também foi modificada. Lutamos, também, para que seja dada uma solução para a Av. José de Alencar  -  e aí, agora,  vou apelar ao Governo Municipal e para a ciosa bancada governista. Temos que evitar que continuem ocorrendo acidentes e que as pessoas sejam atropeladas na Av. José Alencar, na área junto ao Supermercado Kastelão. Fiz um Pedido de Providências, na legislatura passada,  porque é um crime aquilo ali: as pessoas não conseguem atravessar a Av. José de Alencar; é um intenso movimento.  Basta, apenas, colocar um canteiro de 1,5m de largura e nós já teremos imensos problemas resolvidos. Espero que o Governo Municipal não passe mais cinco anos para tomar essa medida, não só porque o Ver. Jocelin pediu, mas porque é uma medida de bom senso.  Ontem mesmo,  às 21 horas, eu estava na esquina da José de Alencar, na rua ao lado do Kastelão, com um policial militar que havia sido atropelado. Estava prestando atendimento porque justamente é uma avenida  que não recebeu nem um simples canteiro central.  Eu espero que o Governo Municipal não demore cinco anos para implementar um. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos o nosso Presidente Ver. Clovis Ilgenfritz para assumir a direção dos trabalhos para que possamos fazer a chamada de verificação de quórum e entrarmos  na Ordem do Dia.  

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): (Após a chamada.) Há 28 Vereadores presentes em Plenário. Há quórum. Passamos à

                                     

ORDEM DO DIA

 

Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à leitura de requerimento encaminhado à Mesa.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz, solicitando renovação de votação para o Proc. n° 1822/97, PLE n° 25/97.

 

O SR. PRESIDENTE:  Em votação. Para encaminhar, tem a palavra o Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando solicitamos, através deste Requerimento, a possibilidade de renovar a votação deste Projeto, foi exatamente porque senti que alguns Vereadores, principalmente, é claro, Vereadores da oposição, não ficaram satisfeitos com alguns dos itens votados dentro da LDO. Um desses itens, Ver. Pedro Américo Leal, é publicidade. V. Exa. sabe que no ano passado, que foi ano eleitoral, nós tínhamos no Orçamento 0,75% de publicidade. E V. Exa. e a nossa Cidade testemunharam quanta publicidade foi possível fazer com 0,75% do Orçamento, principalmente  nos meses de junho e julho, os últimos meses possíveis para se fazer propaganda, já que era ano eleitoral.

 Imaginem V. Exas. que nós votamos nessas Diretrizes Orçamentárias a possibilidade de 1,2% do Orçamento para publicidade. Eu vejo aqui uma incoerência do próprio Partido dos Trabalhadores, que é quem administra a nossa Cidade. Não faz muito tempo o PT entrou na Justiça contra a publicidade do Governo do Estado, que, de acordo com o PT, é feita em excesso. Em um pronunciamento, eu até cheguei a concordar com o PT na tentativa de reprimir o excesso publicitário em outras esferas. Agora não é justo que, enquanto se faz uma ação para reprimir o Estado no sentido de que ele não faça publicidade, aqui, no Município, nós, Vereadores deste Plenário, concordemos com esse índice de 1,2%, que é um acréscimo desmesurado só para o item publicidade, para não dizer, Ver. Pedro Américo Leal, que, enquanto nós aumentávamos a publicidade possível para o Governo Municipal, nós diminuíamos os recursos para a Câmara Municipal, de 4% que nós tivemos,  praticamente, em todos nossos orçamentos. Já é um percentual histórico no Orçamento do Município os 4% destinados à Câmara Municipal.

Este ano a Câmara, que eu não sei se quer se autodestruir, acabou votando 3,5% para o Orçamento de 1998. Acredito que seja um processo de autodestruição, de autofagia. Nós estamos nos autodestruindo. E nós aprovamos isto dentro destas Diretrizes Orçamentárias, e agora estou ouvindo que já existe um acordo, que podemos confiar, que o Prefeito vai vetar esse percentual que nós aprovamos para vigorar aquele percentual do Plano Plurianual. Ora, mas que falta de caráter, que falta de personalidade de quem está, na verdade, articulando isso! Nós somos um Poder, Ver. Pedro Américo Leal e Vereadores desta Casa! Aqui se constitui um Poder. Estamos, na verdade, com alguns Vereadores colocando dobradiça na espinha e se curvando ao Poder Executivo como se lá fosse o Poder maior e se fôssemos aqui apenas um mero apêndice, que estamos aqui, apenas, para coadjuvar o trabalho que é feito dentro do Executivo. Muito obrigado.   

(Não revisto pelo orador.)  

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Luiz Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ouvi atentamente o Ver. Luiz Braz e não acreditava, Vereador,  que, com uma tradição como esta Casa tem, se pudesse fazer algum acordo que aqui não fosse renovada uma matéria de interesse da Câmara. Não vou nem entrar na discussão política da publicidade, se foi aprovado 1,2%. Parece-me bastante claro que àqueles Vereadores posicionados a respeito da publicidade não existe nenhum fato novo que tenha acontecido nesses dois dias para que pudessem mudar os seus votos. Então, se eu votei contrariamente à Emenda do Ver. Gerson Almeida, que destinava 1,2% para a publicidade, aceito a derrota, que foi legítima e democrática. Não há nada de novo que faça com que esses Vereadores mudem os seus votos. Sou favorável e me parece que a Casa tem obrigação de ser favorável à renovação para que possamos corrigir um erro desta Casa, da Comissão de Finanças e Orçamento, que cuidou  da Emenda do Ver. Gerson Almeida, que ele mesmo dizia que o sentido era outro, e foi feito de uma maneira diferente. Isso porque o Ver. Gerson Almeida, Líder de um partido que tem a responsabilidade de presidir esta Casa neste ano - que tem sido presidida muito bem pelo Ver. Clovis Ilgenfritz -  e vai presidir no ano 2000... Então, tem que ter o cuidado daquele partido, daquele Presidente que vai presidir no ano de 1998 - me parece que pelo acordo feito pelos partidos é do PTB -, que com 3,5% não vai administrar a Casa corretamente.

Isso nós temos a tranqüilidade. Os Vereadores que já presidiram a Casa anteriormente sabem disso. Então, nós não podemos fazer um acordo para corrigir um erro cometido pela Câmara, por este Legislativo. Nós temos que renovar este Projeto com a tranqüilidade de mantermos as nossas posições políticas - só que isso não é uma posição política, isso é uma questão técnica - e  evidentemente que vamos renovar, mas eu não vou mudar a minha posição a respeito da publicidade, assim como o Ver. Gerson Almeida também não vai mudar, porque para mim era uma questão política, e eu, derrotado, aceito com a maior tranqüilidade o processo legítimo que foi feito e vencida a Emenda do Ver. Gerson Almeida.

Agora, um erro cometido pela Câmara, pelo universo dos 33 Vereadores, nós temos a obrigação, o dever de renová-lo para que possamos corrigir o nosso erro e não ficarmos à mercê de acordos. Estou falando em cima de um pronunciamento do Ver. Luiz Braz. Mas nós não podemos, como instituição que tanto preservamos e aqui lutamos, todos os Vereadores, para que possamos manter a história e a tradição do nome desta Casa, ficar à mercê de um acordo para corrigir um erro cometido por nós, Vereadores. É diferente. Agora, nós não vamos mudar a nossa posição política em tudo aquilo que foi votado, discutido e amplamente debatido. Os que perderam têm que aceitar, sem dúvida alguma, o resultado das votações. Mas um erro cometido pela Comissão e por quem apresentou as Emendas e pelos 33 Vereadores... Não  podemos estar aí querendo fazer acordos para que fique encoberto um erro cometido por este Legislativo.

 Por isso encaminho favoravelmente e espero que exista a consciência da Casa pela renovação de todo o processo, mas com o objetivo de só trocarmos o nosso posicionamento para corrigir o erro que prejudicará a Casa no ano que vem.  Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Como Presidente da Casa, sinto-me na obrigação de esclarecer que conversamos com o Sr. Vice-Prefeito no dia de ontem, e  a notícia  que eu tenho é  que a questão dos 3,5% seria vetada pelo Prefeito. Não sei se isso pode ser confirmado pela Liderança do PT.

O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, o Requerimento de Renovação de Votação.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu tenho orgulho em participar da Câmara de Vereadores de Porto Alegre porque aqui o Parlamento, na experiência que tenho, que é pequena, tem sido sempre pautado pela política de acordos. O acordo é a razão de ser essencial para um parlamento democrático. Um parlamento sem o exercício permanente da política de acordos, das relações que se estabelecem, não pela imposição de um sobre o outro, mas na construção política em busca do bem-comum, naturalmente é um parlamento manietado - isso se ele não exercer a busca permanente do exercício da construção política que não signifique o servilismo de uns à vontade imperial de outros.

 É por isso que nós, hoje, depois da Sessão passada - quando debatemos e votamos de uma forma muitas vezes dura, muitas vezes pesada, mas sempre elevada e, certamente, mesmo com posições diferentes daquelas que nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores e de outras bancadas, defendíamos -  reconhecemos plena legitimidade nos pleitos, nas posições deste Parlamento. Só que aquele polêmico debate produziu uma maioria e produziu um resultado: um resultado soberano, um resultado que não está sendo questionado em nenhuma esfera, como bem disse o caro Ver. Fernando Záchia. O que se trata agora - quero iniciar por isso - é que nós temos que ter a garantia de que uma dificuldade ocorrida no processo de votação, por equívoco da bancada governista e por equívoco das demais bancadas que passaram batido, seja corrigida, que é o compromisso expresso pela bancada governista, do Partido dos Trabalhadores, quando da votação do Plurianual de que havia um compromisso de que, no que toca à verba da Câmara de Vereadores, nós asseguraríamos um índice de até 4%. Por várias razões isso acabou não sendo configurado na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Quero dizer que fiz questão de conversar com o Prefeito da Cidade em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores e, naquele momento, acredito que em nome da vontade majoritária desta Câmara para que não ficássemos apenas numa questão de boa intenção, mas que tivéssemos um compromisso firmado pelo Chefe do Executivo Municipal no sentido de que aquilo que foi consagrado no Plurianual fosse assegurado para o próximo ano na administração da Câmara de Vereadores, próximo ano em que a Câmara não será governada pelo Partido dos Trabalhadores, por acordo das várias bancadas aqui presentes. No entanto, nosso compromisso não é só assegurar os bons trabalhos da Câmara apenas quando o Partido dos Trabalhadores governa. Nosso compromisso é com o instituto da Câmara de Vereadores, com o Poder Legislativo. Por isso fizemos todos os esforços para que aquela situação, acarretada por circunstâncias que fugiram do controle de todos nós, tivesse assegurada a sua correção.

 E   aqui está a correspondência com a firma do Prefeito Municipal, dirigida ao Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores, numa consulta que fiz e quero passar, apesar de ser uma carta dirigida a mim, aos demais Vereadores. Por quê?  Porque, nesse caso, tirada a dificuldade do ar, ficamos apenas com a renovação de votação para rediscutir aquilo que já foi, soberanamente, deliberado por este Plenário.  E aí, Senhoras e Senhores, nós estaremos, como discutimos em outras questões, instituindo a circunstância do segundo turno em todas as votações importantes do Parlamento. E isso parece-me que não é adequado. E já firmamos, em episódios recentes desta Casa, uma posição de que é preciso ter muito mais cautela no que toca a isso.

É um apelo que faço para que nós, em função disso, não renovemos a votação e  asseguremos o compromisso político do Poder Público Municipal de que aquilo que está consagrado no Plurianual será feito, e nós não reabriremos com esse fato toda a discussão que já fizemos, sobejamente, na segunda-feira passada. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não tinha a intenção de encaminhar a presente votação, mas se faz necessário já que, na última Sessão Ordinária, tínhamos como certo que todo o Projeto estava correto e havia uma interpretação errada - da qual participava este Vereador, inclusive - de que aquela Emenda dos 3,5%, excetuando a verba do SUS... Na verdade, a exceção representava um acréscimo, e essa interpretação equivocada era partilhada por quase todos, inclusive por este Vereador. Foi o alerta do Ver. Nereu D'Ávila, secundado pelo Ver. Fernando Záchia e por vários outros Vereadores, que nos levaram à conclusão de que havia um erro grave, não um equívoco comum, mas um erro grave com relação ao Orçamento da própria Câmara, que passava não de 4% para 3,5%, mas menos de 3,5%, porque a verba excetuada do SUS saía dos 3,5%.

 Por que eu não ia fazer o encaminhamento? Porque a nossa Bancada, a partir do compromisso do Prefeito, passou a ter uma posição dividida: o Ver. Elói Guimarães e este Vereador tinham uma posição contrária à renovação em função desse compromisso, que é a correção de um erro grave, repito, e o Ver. Nereu D'Ávila e talvez o Ver. Isaac Ainhorn votavam pela renovação, apesar desse compromisso. Então, não havia encaminhamento de Bancada. Foi pedido que eu encaminhasse e eu decidi encaminhar,  porque há um equívoco no pronunciamento de V. Exa., há um erro. E V. Exa. trouxe com responsabilidade: é um erro da bancada do Governo  - até acho que é do Governo e não da bancada do Governo - e que passou batido nas demais bancadas, mas passou por confiança. Tivemos uma orientação, na CEFOR, dos Vereadores da bancada do Governo - e digo respeitosamente, porque orgulham a CEFOR: Vereadores Guilherme Barbosa e Adeli Sell - de que aquela exclusão do SUS era acréscimo e teremos mais de 4%.  Se eu estiver errado, o Ver. Guilherme que me corrija. Não passou batido. Tivemos confiança e erramos. Então, parece-me que não dá para culpar as demais bancadas. O que há é um procedimento correto do Prefeito, um erro que não precisava constar naquele artigo, um erro duplo. Porque aí a Bancada, através de V. Exa., faz uma emenda que ainda exclui o SUS. Quer dizer:  3,5% e ainda exclui o SUS. Isso é um erro que tem que ser assumido. Temos que ter a coragem política de assumirmos esse erro.

Acho que o encaminhamento que o Prefeito dá é adequado. Para mim é suficiente; para o Ver. Elói é suficiente;  para o Ver. Nereu D'Ávila não é suficiente; para o Ver. Isaac Ainhorn, ao que consta, não é o suficiente. Agora, é importante salientar que não passou batido pelas demais bancadas. Tivemos confiança. Achamos que, como todos nós compomos a Câmara, obviamente o cuidado que a oposição tem com o Legislativo o Governo também tem que ter. Então, não passou batido - é importante que fique claro. Foi resgatado porque alguns Vereadores - e referi dois, cometo injustiça ao não referir outros - e por isso temos agora a correção, porque senão,  Srs. Vereadores, no ano que vem não haveria como pagarmos os funcionários na Câmara. O erro é grave a esse ponto.

O encaminhamento é nesse sentido. A Bancada está dividida. Aceitamos  o compromisso do Prefeito fazendo essa ressalva: quais foram os erros, de quem foram  e como aconteceram. E, agora, a correção dos mesmos, que traz tudo à situação que o Plurianual  já colocava: os 4%. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra em nome do PPB, para encaminhar o Requerimento de Renovação de Votação.

 

O SR. JOÃO DIB:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  eu diria “o tempora!, o mores!”. Há alguns dias, nesta tribuna, eu fazia a solicitação da retirada de uma comissão para tratar do Shopping Cristal com a promessa de que de imediato eu receberia o segundo projeto. Que diferença faz esse posicionamento do Prefeito com outros denunciados  nesta Casa? É indigno de um prefeito fazer uma proposição dessas ao Legislativo. Eu havia dito que não falaria a não ser que ouvisse aqui uma barbaridade. Essa proposta do Prefeito não é honrada, não é decente, não é correta. Eu fui prefeito e nunca fiz proposta desse tipo: “Façam como eu quero que depois eu dou um jeitinho”. Não é bem assim! Lei é clara, precisa, concisa e respeitada, e o exemplo do Prefeito é de indignidade, de desonra. Esta Casa não tem por que aceitar a palavra do Prefeito, uma vez que já faz mais de dois meses que espero o segundo projeto.

Quando eu pedi a retirada daquela Comissão, os meus pares me disseram que eu estava errado, mas eu disse que estava no Rio Grande e que palavra de homem é palavra de homem. Vejo movimentações terríveis intranqüilizando populações inteiras porque a palavra não foi cumprida. Qual razão tenho eu agora de receber oferta do Prefeito? Não sei como os outros Vereadores reagem, mas eu reajo com toda a indignidade, porque eu nunca faria tal coisa, nunca proporia tal coisa. Ninguém ganhou com manobras, com licenças para que votos passassem a valer dois e nós aceitamos. Faz parte do jogo democrático. Agora, tentar comprar a Câmara Municipal é um pouco diferente. De repente, é dinheiro que está em jogo; 3,5% sem a verba do SUS. Verba do SUS que é desonestamente aplicada, porque ele afirma que não paga pessoal e eu leio todos os dias que ocorre a suplementação para pagar pessoal com verba do SUS! Ele retira, deixa 3,5 e depois quer comprar a Câmara Municipal com dinheiro. É com dinheiro que ele quer comprar; “deixa que eu dou mais para vocês; eu sou camarada, eu sou bonzinho”. É o mesmo Prefeito, é a mesma administração que, na Presidência do Ver. Airto Ferronato,  os servidores da Casa receberam um abono de 10% porque havia uma pequena sobra no mês de dezembro. Ele deixou pagar porque havia matéria a ser votada em convocação extraordinária, mas no mês de janeiro ele mandou para a Justiça e impediram o pagamento dos servidores da Câmara. É este que vai me dar a palavra? Mas nem assinando em cartório!

O Prefeito quis comprar a Câmara Municipal e eu não posso admitir uma coisa dessas. Eu sou Vereador aqui há muito tempo e nunca vi isso. Isso é indignidade, é desonra, e quem aceitar estará endossando o ato do Prefeito Municipal. É tanta a minha irritação, que eu preciso fazer força para dizer saúde e paz! Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na discussão inicial e nos encaminhamentos de segunda-feira que antecederam a votação da LDO, eu dizia aqui que entendia que era fundamental a negociação, no Plenário, em torno de questões polêmicas. E apontava duas questões bem objetivas: a questão da verba de publicidade e a questão do envio para esta Casa do Plano de Investimentos, por parte do Executivo Municipal, numa data que pretendemos seja a data decidida e fixada por esta Casa, na sua autonomia de Legislativo Municipal, de Poder existente ao lado de outro Poder, sem se imiscuir com encaminhamentos e debates em nível de Orçamento Participativo, mas sem ser diminuída em relação a esses mesmos debates, como o Executivo tem feito permanentemente -  fez no ano passado, no início deste ano,  quando vetou  a Emenda do Ver. Ferronato. Pelo jeito vai fazer novamente, na medida  em que a bancada de situação derrubou a Emenda de minha autoria na segunda-feira. Portanto, ninguém é contrário a negociar, porque isto é o básico, o fundamental, o normal de um plenário legislativo. Agora, há tipo de matéria que se pode fazer essa discussão e essa negociação, e na negociação significa que os dois lados recuam para que os dois lados avancem. Mas há outras matérias que não há o que negociar. Há uma lei votada - esta lei votada exprime com absoluta clareza o que deve ser cumprido pelo Executivo. E, na verdade, o segundo projeto, que é agora o Projeto da LDO de segunda-feira, acabou desrespeitando a lei anterior. É isso que nós temos. E isso não tem negociação, isso não tem jeitinho, porque isso não tem amparo legal.

É evidente que a Casa tem que retomar essa discussão e fazer a correção do erro legalmente porque, se a Casa não o fizer assim, a Casa, de fato, estará sendo conivente com a ilegalidade e não há maneira de corrigir uma ilegalidade, porque uma LDO não pode ser contrária a uma lei maior, que é o Plurianual, da mesma forma que a lei orçamentária de cada ano não pode ir contrária à LDO. Há uma hierarquia legislativa, há uma hierarquia legal. Eu não entro nem no mérito da discussão. Aliás, discutimos há pouco tempo, aqui no Plenário, que os Vereadores do PT estavam tão preocupados. Diziam que o  Presidente da República se imiscuía na questão municipal, tinha que guardar a hierarquia e a relação. Pois agora nós estamos, exatamente, discutindo se nós respeitamos ou subvertemos o mesmo tipo de hierarquia: que uma lei menor, que contradiz a lei maior, tenha validade.                                                                                              

Vejam: nós não temos como corrigi-la com jeitinho, porque jeitinho não é legal. Nós não temos como corrigi-la com outro projeto de lei, porque ele estará extemporâneo, estará fora dos prazos. O que poderíamos corrigir, no futuro, seria um hipotético favor do Executivo ao Legislativo e parece-me que entre dois poderes semelhantes, aí sim, favores não se trocam; se podem fazer negociações, jamais favores. Portanto, o único caminho para se corrigir o erro, independente de quem responde por ele ou não, se for na base da confiança, como disse o Ver. Pedro Ruas, ou se foi por qualquer falha nossa, é exatamente renovando a votação. Não temos outro caminho. Esse é o caminho legal. E realmente me preocupo se esta Casa, uma vez mais - porque já o fizemos em algumas outras vezes, infelizmente -, abrir mão, sair do caminho da legalidade por uma decisão pura e simplesmente política. Será lamentável em relação à história da Casa. 

Sem entrar no mérito das emendas, da matéria, mas me preocupando que estejamos abrindo antecedentes graves para a história de um poder autônomo em relação a outro poder,  é que encaminhamos favoravelmente à renovação de votação. O quórum já está definido. Não há nenhum problema. Sabemos antecipadamente o resultado da maioria das emendas. Precisamos, sim, corrigir legalmente o equívoco praticado pela Casa na segunda-feira. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)                   

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para encaminhar o requerimento de Renovação de Votação.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é compreensível o sobressalto da Casa com relação à votação da segunda-feira na LDO, mas também tem que se levar em consideração que há uma proposta de correção. E a proposta me parece lógica. O Prefeito se compromete a vetar o artigo da LDO que reduz para 3,5%, e com isso mantém o dispositivo do Plurianual que dá 4%. E na remessa do Orçamento do ano que vem vêm os 4%. Os 3,5% ficam abstraídos da discussão.

É preciso também reconhecer que houve muita coragem do Prefeito de admitir o equívoco cometido aqui. Não vamos nominar quem cometeu o equívoco porque houve uma série de confusões e chegamos a esse resultado. Não se trata de nominar quem ou quais são os responsáveis por esse equívoco ocorrido aqui na Casa. O Ver. Pedro Ruas, Presidente da CEFOR, veio aqui, deu o seu depoimento. É tudo dentro dos parâmetros normais. Então, o que se pretende é que este assunto não volte mais à discussão com a renovação da votação. Vamos despolitizar este processo. É um equívoco legislativo, administrativo e é sob este contexto que ele deve ser tratado e considerado.

É isso que  proponho para que a Casa volte a sua tranqüilidade. Ninguém dos 33 Vereadores pretende que a Câmara Municipal seja prejudicada no recebimento daquelas verbas a que tem direito e que estão sendo negociadas já desde a Lei do Plurianual. Era isso, Senhoras e Senhores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Na condição de autor, o Ver. Luiz Braz pediu para encaminhar novamente o seu Requerimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu ouvi com atenção todos os encaminhamentos que foram feitos e ouvi quando o Ver. Antonio Hohlfeldt disse que a renovação seria o caminho da legalidade. E, de todos os pronunciamentos que eu ouvi, talvez fosse uma das únicas coisas da qual eu tivesse discordado. Com todo respeito que tenho pelo meu amigo, Ver. Antonio Hohlfeldt, e pela sua erudição, esse, na verdade, Ver. Antonio Hohlfeldt, não é o caminho da legalidade, esse é o caminho da dignidade. Esta Casa só vai resgatar a sua dignidade no momento em que ela agir como poder que é. O que não podemos é nos entregar para o Executivo: “deixa que o Executivo resolve; nós erramos, mas o generoso Raul Pont vai ajudar esta Casa e vai dar para esta Casa mais 0,5%, através do veto que vai apor  àquele dispositivo”.

Ver. João Antonio Dib, se esta Casa não escolher o caminho da dignidade e renovar, se esta Casa se curvar mais uma vez, se, principalmente, os Vereadores de oposição se curvarem ao Executivo e à situação - eu não sei o porquê -, digo: com certeza, o veto aposto pelo Sr. Prefeito Municipal vai ser rechaçado por este Vereador. Não vou aceitar nenhum tipo de favor do Executivo, porque temos as armas,  neste instante,  para corrigir o nosso próprio erro. Por que não corrigirmos? Eu assumo a minha parcela. Eu sou um dos 33. Também admito que errei ao votar o dispositivo, mas temos todas  as  condições para corrigir o erro e voltar aos 4%. Eu disse ao Líder do Partido do Governo que não poderia prometer que agiria de outra forma com relação aos outros dispositivos sobre os quais  já me posicionei. Ele sabe muito bem que sou contrário a 1.2 da publicidade e quero renovar para poder rediscutir esse ponto. Agora, V. Exa. tem todos os votos necessários para aprovar novamente todos os dispositivos que quer, mas V. Exa. tem também, neste exato instante, as armas necessárias para devolver a dignidade para esta Casa, que foi arrancada há algum tempo, quando se começou a falar em Orçamento Participativo e começou a levar poder desta Casa não sei para onde.

Vamos resgatar um pouco dessa dignidade!  Vamos resgatar um pouco do poder que nós temos e vamos fazer com que haja a possibilidade desta renovação para que possamos corrigir esse erro que vai prejudicar a Câmara em 1998. É claro que sim! Mas se V. Exa. e os outros Vereadores escolherem o outro caminho, que é aceitar uma proposta que não foi feita nem para esta Casa e nem para os Vereadores desta Casa - foi uma proposta que foi feita simplesmente para V. Exa., porque os outros Vereadores não têm nenhum tipo de conhecimento deste assunto e a Casa, oficialmente, também não foi informada a respeito deste assunto -, se V. Exa. e os outros Vereadores escolherem outro caminho, este Vereador estará rechaçando o veto do Sr. Prefeito Municipal, nem que o meu voto seja isolado, no dia em que o Projeto chegar de volta a esta Casa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz, que solicita renovação de votação do PLE 25/97. (Após chamada.) REJEITADO por 13 votos SIM, 15 votos NÃO, 01 ABSTENÇÃO.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Há uma Moção de Solidariedade - Requerimento 177/97 - com o Deputado Estadual Beto Albuquerque pelos seus pronunciamentos e providências acerca da autarquização do DETRAN, de autoria do Ver. Cyro Martini.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu até pediria esclarecimento informal a V. Exa.:  isso foi encaminhado na Sessão passada; já em processo de encaminhamento podem ser juntados documentos ao Requerimento?

 

O SR. PRESIDENTE: Trata-se de esclarecimento de votação que os Srs. Vereadores solicitaram, e não há nada em contrário, Vereador. Poderia ser feito verbalmente. No momento em que foi solicitado, não existiam os documentos sobre a mesa e, como o Requerimento não foi votado, houve condições de anexar ao processo. V. Exa. pode considerar como um esclarecimento.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, veja:  são anexadas três folhas de jornais. Estamos tendo contato agora com essas folhas de jornais e teríamos que ler com calma para saber o que, de fato, o Dep. Beto Albuquerque falou, porque a Moção de Solidariedade é pelos seus pronunciamentos. Teríamos que ler os pronunciamentos para poder nos manifestar sobre a matéria. Sinto-me impossibilitado de me manifestar com tão pouco tempo.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai tomar uma posição em função das declarações de V. Exa. no sentido  de considerar que o processo não tramitou o suficiente para o esclarecimento que foi solicitado, e só mesmo a Mesa pode retirá-lo. Portanto, estamos pedindo vênia  ao Ver. Cyro Martini,  retirando o Requerimento de votação nesta data para dar tempo aos Srs. Vereadores de lerem as matérias. O Requerimento está retirado.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Agradeço, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Requerimento, de autoria do Ver. João Motta,  que requer Moção de Apoio à criação da APOIS - Articulação dos Povos Indígenas do Sul.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. 1o SECRETÁRIO: Requerimento,  de autoria do Ver. Gerson Almeida,  que requer informações acerca da instalação da Central Pública de Comutação Telefônica - CPCT no complexo da GM.

 

O SR.  CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem):  Sr. Presidente,  na leitura não entendi o que estou votando, porque  há uma sigla que eu não sei o que é - eu e os outros Vereadores. As pessoas ignoram do que trata o Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum leu a sigla e o seu significado, mas vou solicitar a ele que leia de novo para esclarecer V. Exa.

 

O SR. 1o SECRETÁRIO: Ocorre que, quando estamos aqui fazendo o pronunciamento, nem sempre estão atentos, por isso estão ocorrendo essas dúvidas. Novamente, vamos repetir: requer informações acerca da instalação da Central Pública de Comutação Telefônica, CPCT.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu nunca ouvi falar de comutação. Não sei o que é.

 

O SR. PRESIDENTE: Se não há condições de votar, a Mesa solicita, considerando que é uma necessidade para que a votação seja tranqüila, ao proponente, Ver. Gerson Almeida, que faça os esclarecimentos para que o Ver. Cláudio Sebenelo e os demais possam votar com conhecimento de causa.

Está com a palavra o Ver. Gerson Almeida para encaminhar.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Pedido de Informações é dirigido ao Governo do Estado na medida em que é um assunto que trata da Companhia Riograndense de Telecomunicações. Uma central pública de comutação telefônica é uma central de telecomunicações. Há dois tipos: pública e privada. O meu questionamento é para saber se são verdadeiras as informações que foram colocadas - inclusive por este Vereador, sustentadas em documentos - sobre a central que será instalada no complexo da General Motors. Ela será pública ou privada? Segundo: qual o custo da sua implantação? Terceiro: quais os procedimentos administrativos e legais adotados para autorizar e implementar o investimento dentro do complexo da GM? Outro item: quero saber se são verdadeiros os valores denunciados por mim nesta tribuna quanto aos custos da Central, pois quero que haja uma posição oficial sobre o tema.

Se há instalação de uma central pública de comutação telefônica fora da área básica, ela deve ter alguma sustentação em normas ou procedimentos usuais feitos pela CRT. São quatro singelas perguntas que este Vereador pretende que sejam informadas.

A comutação é a central que permite que seja feita a leitura das vibrações elétricas que um telefone faz para o outro. Passam pela central, ela faz a leitura e permite que aquilo se transforme em voz para que possamos fazer um diálogo via telefônica.  Isso é a central de comutação telefônica. Eu sei que é um termo que ninguém é obrigado a conhecer, porque essa é uma área de especialidade técnica e existe tanto na área privada como na pública, mas o título é o mesmo para ambas.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Esclarecimento): Sr. Presidente, estava atento a tudo que se passava aqui no Plenário e é muito difícil as pessoas terem a coragem de dizer que não entenderam. Então, eu gostaria de dizer que não posso votar alguma coisa que não entendi e, por isso, eu pedi essa explicação, que é devida. Temos “comido muita barriga” aqui; às vezes, não temos a coragem de dizer que não entendemos, haja vista a última renovação de votação, em que houve um erro confesso nosso. Eu não aceito essa declaração de que eu não estava atento.

 

O SR. PRESIDENTE:  A Mesa está atenta à colocação de V. Exa. - ela é legítima - e entendeu toda essa questão como um esclarecimento importante para o Plenário, o que é bem-vindo.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Esclarecimento):  Sr. Presidente, gostaria de declarar que a explicação dada ao Ver. Cláudio Sebenelo foi muito útil a esta Vereadora.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Gerson Almeida. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)   APROVADO  por unanimidade.

 

O SR. JOÃO DIB (Esclarecimento):  Sr. Presidente, entreguei ao Ver. Nereu D’Ávila, Presidente da Comissão Especial constituída para ouvir o ex-Vereador Edi Morelli, a minha renúncia, dizendo o seguinte: (Lê.)

 “Estou encaminhando a V. Exa. a minha renúncia ao cargo de Relator dessa Comissão Especial, tendo em vista a forma pela qual ocorreu a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, realizada nesta data, em Sessão Ordinária desta Casa.

Sala das Sessões, 11 de agosto de l997.”

Eu já havia assinado esse documento e não o entreguei, procurando meditar, mas hoje tudo leva a crer que eu estava absolutamente correto e vou fazer a entrega de cópia a V. Exa. do documento original.

 

O SR. PRESIDENTE: Nós estamos recebendo a comunicação de V. Exa., que será encaminhada dentro dos trâmites regimentais.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Esclarecimento): Sr. Presidente, cabe naturalmente à Comissão que esse Vereador compõe discutir a matéria, mas eu quero primeiro lamentar essa medida unilateral tomada pelo Ver. João Dib, dentro do seu direito, porque nós sempre achamos que ele faria um trabalho correto e sério. Mas, talvez, essa atitude seja motivada também pela ausência do que relatar, coisa que o próprio Vereador já disse, sobejamente, pela imprensa. Mas, de qualquer sorte, a Comissão presidida pelo nobre Ver. Nereu D'Ávila terá de achar uma solução, porque este caso não pode ficar inconcluso. Nós temos interesse de levá-lo até o fim.

 

O SR. JOÃO DIB (Esclarecimento): Sr. Presidente, eu havia pedido uma reunião da Comissão porque achei que havia um documento capaz de mudar o rumo das coisas, mas o Ver. Gerson Almeida sabe mais do meu pensamento do que eu mesmo. Então, eu fico com o mestre Gerson Almeida e, na minha insignificância, renuncio.

 

O SR. CYRO MARTINI (Esclarecimento): Sr. Presidente, por ocasião do Requerimento do Ver. Gerson Almeida, por não entendê-lo, o Ver. Sebenelo pediu esclarecimento. Sr. Presidente, agora cabe a mim perguntar, para eu entender a posição do Ver. Dib, qual é a relação existente entre a votação da LDO e o seu pedido de afastamento dele da Comissão. Na minha escassa compreensão, eu só entendo que é uma manifestação individual sem cabimento.

 

O SR. PRESIDENTE: A questão será encaminhada à Comissão, que, seguramente, se reunirá e tentará convencer o Ver. João Dib a mudar de posição.

Estamos encaminhando, pelos trâmites regimentais, a solicitação do Vereador, e as discussões sobre o assunto cabem à Comissão. Se for apelado ao Plenário para que o discuta, nós o traremos ao Plenário. Por enquanto, foi um problema dentro da Comissão, que foi entregue à Presidência, e esta o passará ao Presidente da Comissão.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Requeiro que a Mesa obedeça à sistemática do art. 159 do Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa entendeu o seu Requerimento e vai considerá-lo.

Passamos ao próximo Requerimento.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento de autoria do Ver. João Dib, solicitando autorização para a viagem do Ver. João Carlos Nedel para participar do II Encontro Mundial das Famílias, a realizar-se no Rio de Janeiro de 1 a 5 de outubro de l997.

 

O SR. PRESIDENTE:  Em votação. 

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Para um esclarecimento.  Tenho toda a disposição de votar favoravelmente pelas razões lidas. No entanto, para votar, preciso saber se se trata de um evento, se existe correspondência à Casa oficiando sobre o evento, que natureza tem o evento, quando acontecerá e qual o temário.

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos esclarecer. Se os esclarecimentos não forem suficientes, o processo tem que ir para outra Sessão. Peço que o 1º Secretário examine o processo para ver se tem as informações solicitadas. (Pausa.) Solicitamos ao Ver. João Nedel que faça os esclarecimentos da tribuna.

O Ver. João Nedel está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acho que não existe uma pessoa no Brasil que não esteja a par da vinda do Papa ao nosso País, no próximo dia 02 de outubro, para coordenar o II Encontro Mundial das Famílias, um evento que será realizado no Maracanã e que para participar é necessário um credenciamento. Eu ainda não estou credenciado, porque precisaria de uma coisa oficial desta Câmara para que se consiga esse credenciamento, que é efetuado via Polícia Federal, com todos os resguardos de segurança. O Papa participará, também, de outros eventos, que são exclusivos da hierarquia da Igreja Católica e de outras religiões cristãs, dos quais eu não poderei participar. Acho que é um evento público, notório e poderei encaminhar vários comprovantes para que a Mesa fique devidamente esclarecida. Haverá, também, uma missa no aterro do Flamengo, no encerramento desse Encontro Mundial das Famílias. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o encaminhamento da Bancada do PDT, em todas as questões desse teor, é favorável, e o Ver. João Nedel, com esse trabalho que irá realizar, certamente merece todo o nosso crédito, assim como votamos todas as demais viagens e pedidos de representações e pedidos de representações sem qualquer discussão ou distinção de caráter político-partidário ou ideológico. Tenho a obrigação de dizer duas coisas em  caráter pessoal.

Primeiro, fiquei magoado. Digo com franqueza ao meu amigo João Dib que, quando este Vereador fez Requerimento a convite da Embaixada de Cuba para viajar a Cuba em condições assemelhadas e  acabei não indo por motivos particulares, tive voto contrário e encaminhamento contrário de V. Exa. E vejo, com estranheza, o mesmo Vereador fazer um requerimento para o Ver. João Carlos Nedel, que teria a nossa concordância, de qualquer maneira, como tem, mas não posso deixar de salientar a contradição, até porque é uma marca que levo ao longo do tempo.

 Por outro lado, tenho uma divergência respeitosa também com a Vera. Maria do Rosário no sentido de que é muito complicado o procedimento de examinar cada detalhe dos requerimentos dos Vereadores nas viagens de representação. Tudo na vida, ainda mais na política, é uma faca de dois gumes. O critério que nos tem orientado é o de deferir confiando nos requerimentos dos Vereadores. Então, acho perigoso o esmiuçamento ao nível quase irrespondível. Por exemplo, como se pode saber o que fará o Papa no País? São questões complicadas que um dia podem ser difíceis para qualquer um de nós.

Salientei a divergência que tenho respeitosamente com V. Exa. e a contradição que vi no comportamento do Ver. João Dib e que, obviamente, tenho obrigação, nesse aspecto, de trazer a esta tribuna. O encaminhamento da Bancada do PDT, como sempre, é favorável. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver João Dib.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, encaminho em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores e quero dizer ao Ver. João Carlos Nedel, assim como a todos nossos colegas, que o sentido do requerimento desta Vereadora não foi de desconfiança e, sim, a busca de informações. Esta Vereadora, como a nossa Bancada, por diversos Vereadores, tem absoluto interesse, e inclusive possibilitar o que o Ver. João Dib deixa em aberto no seu Requerimento, de que outros Vereadores  possam estar  ao lado do Ver. João Nedel na representação da Casa. Como  poderíamos pleitear esta representação sem maiores dados, sem conhecê-los?

De outro lado, Ver. Pedro Ruas, é de praxe, e todos nós temos procurado compor desta forma os nossos requerimentos, de que eles tragam o máximo de informações. Se isso vale para um, vale para todos, e eu cobro dos colegas, respeitosamente, não mais, nem menos do que cobro de mim mesma nos requerimentos que proponho. Peço e invoco a minha própria história pessoal e a história dos requerimentos que a nossa Bancada faz para, de fato, comprovar o que neste momento solicitei. Portanto, quero registrar que a Bancada do PT também vota favoravelmente este Requerimento, porque nós compreendemos a importância que a Casa tem para Porto Alegre, para o Estado e o quão é importante que um ou mais Vereadores da nossa Cidade estejam presentes a eventos desse tipo, dessa natureza, no sentido de trazer para cá a reflexão que se promove em outros lugares e, mais do que isso, que nós possamos somar, naquele momento, a reflexão que se faz aqui, em Porto Alegre, também, acerca dos desafios que temos neste final de milênio, de construirmos uma perspectiva de direitos humanos, certamente e fundamentalmente, pelo direito à família. Eu acho que o Ver. João Nedel, que é um defensor desse princípio, assim como todos nós o somos, sabe da importância e, portanto, promove aqui essa disposição de participar desse evento.

Quero também dizer, Ver. Pedro Ruas, que essa nossa consideração inicial feita da tribuna do Plenário se deu também porque, quando esta Vereadora propôs juntamente com a Vera. Sônia Santos uma viagem a Havana, ao Encontro da Juventude, e que, por motivos técnicos, não conseguimos efetuar, tivemos a resistência por parte do Ver. João Nedel. Neste momento faço questão de dizer que também não consideramos para essas nossas definições critérios ideológicos, políticos, religiosos, mas buscamos a igualdade, buscamos que todos nós tenhamos a possibilidade de contribuir com o nosso trabalho, a nossa reflexão e as nossas idéias, sejam elas de que matizes forem. Portanto, eu e todos nós votamos favoravelmente. Queremos que o Ver. João Nedel esteja no Rio de Janeiro, mas queremos não-somente ter as informações, mas podermos também trabalhar com essas informações para o conjunto da Cidade.

Eu até me sinto surpresa pela abordagem do Ver. Pedro Ruas, nesta tribuna, e faço questão de dizer, respeitosa e fraternalmente, porque me parece que o Requerimento feito no Plenário por esta Vereadora não poderia ser tratado como um requerimento de desconfiança. Ou se trata de buscar informações a mais ou o motivo de suspeita de desconfiança. Não, Srs. Vereadores, entre nós prezamos absolutamente as nossas relações fraternas, respeitosas, mas também sabendo que a informação para que todos nós votemos - e o Ver. Cláudio Sebenelo acabou de nos dar uma aula sobre essa questão, no bom sentido - é fundamental.

Então, assim como o Ver. Cláudio Sebenelo fez, esta Vereadora quer votar, e já havia declarado no princípio, favoravelmente ao Requerimento, assim como a nossa Bancada votará. Mas somos zelosos, sim, de que tudo seja feito na mais absoluta confiança e no mais absoluto critério de defesa do que é público e todos têm o direito de saber, não-somente nós, mas a sociedade. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

             

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, todos, absolutamente todos têm razão. Tudo que foi dito sobre o tema nada mais é do que renovação de colocações que, quase que sistematicamente, ocorrem quando qualquer requerimento de um Vereador é encaminhado à Presidência cumprindo um ritual regimental que eu acho que é abusivo.

O Ver. Pedro Américo Leal, que é um parlamentar experimentado, desassombrado, homem de posições, há mais tempo tem levantado, nesta Casa, a necessidade de que essas situações sejam regradas de uma forma diferente. Qualquer manifestação que se tenha nessas horas fica parecendo que se quer constranger algum colega responsável que quer cumprir com uma atividade que é uma extensão  normal da representação popular de que ele é possuidor. Evidente que estar presente em Brasília no dia em que se reúne o Movimento dos Sem-Terra é algo que para muitos Vereadores desta Casa impõe a necessidade de uma representação, de uma solidariedade. Estar reunido com S. Santidade o Pontífice maior da Igreja Católica no Maracanã no movimento familiar cristão é algo que para o Ver. Nedel, que é um cristão praticante, homem de primeira linha, é uma imposição que, seguramente, independeria de que  viéssemos a legitimar essa condição que ele tem legitimada pela sua própria vida e pelo  seu testemunho cristão. Então, Sr. Presidente, fico tranqüilo  em falar sobre o assunto e, em todas as ocasiões em que essa circunstância se instalou, a minha voz tem sido de solidariedade, de apoio, de aplauso e sempre protestando pela sistemática em que ocorrem essas decisões na Casa. Tinha que ser mais simples, mais objetivo. Tinham que resguardar maior confiança no nosso companheiro e na legitimidade do mandato parlamentar.

Só a intenção do Ver. Pedro Américo Leal em se manifestar já é um conforto para este Vereador e, certamente, seria de apoio, de aplauso e certamente,  mais do que isso, seria de enriquecimento à nossa manifestação, até para acentuar que, no caso concreto, a força da família brasileira, da família católica, da família cristã, que na virada  do século vai dar um testemunho de fé no Maracanã, é algo que até um não-católico, um não-cristão, como é o caso do Ver. Isaac Ainhorn, tem que correr e abraçar o Ver. João Carlos Nedel e dizer: “vá, como cristão, e represente a nós todos”, como pedimos para Vereadores que foram participar de outras atividades e de outros movimentos que não representavam as nossas convicções pessoais, que não envolviam a família, que não envolviam a tradição cristã, que é um apanágio do povo brasileiro. 

Tivemos esse gesto de apoio, de solidariedade com aqueles que foram nos representar em movimentos outros que, inclusive, não envolviam o pensamento deste Vereador. Agora, com muito mais razão, nós temos que dar o mais amplo apoio possível à disposição do Ver. Nedel de nos representar no Maracanã. Nunca,  nestas condições, o Ver. Reginaldo Pujol, que não tem este testemunho que V. Exa. tem nas atividades da Igreja Católica Romana, nunca o Ver. Reginaldo Pujol esteve tão bem representado num evento como estará  nesta ocasião. Vá e traga para nós a bênção do Sumo Pontífice. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra na condição de autor, para encaminhar o seu Requerimento.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, são 18 horas, tangem os sinos, é a hora da Ave-Maria, é a hora da concentração, é a hora da autoconfissão, é a hora da preocupação, é a hora da solidariedade, é a hora do amor, mas, também, é a hora da coerência.

Eu, com muita freqüência, recebo convites para participar de eventos de transporte público. E todos, nesta Casa, sabem que eu gosto muito do transporte público, seus problemas e suas soluções. Nunca os encaminho à Casa. Mas, como temos uma bancada bastante bem estruturada, o Ver. Nedel sentiu que havia uma necessidade de participar do II Encontro Mundial das Famílias e se dirigiu a mim pedindo que eu fizesse um Requerimento, solicitando esta participação, representando a Casa do Povo de Porto Alegre. E eu disse que eram 18 horas, a hora da Ave-Maria e, entre outras coisas, a hora da coerência.

No dia 04 de abril de 1990, no outro Plenário, com muita solenidade, com muita pompa, era promulgada a Lei Orgânica Municipal. Todos os que se pronunciaram a elogiaram, com exceção do Líder do então PDS, Ver. João Dib, que disse que aquela Lei Orgânica, que é a atual, era uma lei retrógrada, errada, porque a anterior Lei Orgânica, a de 1947, dizia que cem eleitores poderiam apresentar um projeto de lei popular. Em 1970, modificada, passou para 1% dos  eleitores para apresentar um projeto de lei popular, e esta, que é a Lei Orgânica cidadã, precisa de 5% dos eleitores. Mas isso não era nada. Aquela Lei Orgânica de 120 artigos tinha um capítulo inteiro que tratava da família - e na hora da Ave-Maria é bom que se lembre da família -, e esta Lei cidadã não pensa na família. Parece que a família não existe; não se preocupa com a família.

Quando o Ver. Nedel me propôs que fizesse o Requerimento, eu o fiz com a maior boa vontade. Eu, que sou contra  tantas viagens que ocorrem neste Plenário e que ocorreram nos anteriores, o fiz com a maior boa vontade e sugeri que outros Vereadores, de outras bancadas, também fossem saber o quanto vale a família, porque a sociedade, no dia de hoje, esqueceu da parte mais importante. A família não vale mais nada! A família é relegada a um plano secundário: marido de  um lado, mulher de outro e crianças nas drogas. Aí, fazemos comissões para cuidar das crianças que usam drogas. Tínhamos, sim, que cuidar da família, congregar a família, valorizar a família! E ninguém é mais importante para trazer uma mensagem digna de ser respeitada do que aquele que é Cidadão de Porto Alegre, mas que é o homem mais respeitado do mundo: o Papa, aquele Cidadão que todos os Vereadores foram ver e fizeram fila para receber a sua benção, ficar perto dele e tirar uma foto. Ele se preocupa com a família. Nós  esquecemos das nossas famílias. Logo, na hora da Ave-Maria, devemos pensar sobre quantos de nós estamos preocupados com os nossos filhos, com os nossos netos, com a nossa família. É bom, de repente, num fim de tarde de confusões, de emoções, de irritações lembrar que, no fim de tudo, o homem encontra a paz, a serenidade e o apoio na família, que ele despreza.  

Ver. João Nedel, se lhe for autorizada a viagem, se outros Vereadores forem com V. Exa., por favor, tragam informações de que a família, no mundo, vai melhorar e que nós não perdemos tudo ainda. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA a prorrogação da Sessão.

 Com a palavra o Ver. Jocelin Azambuja para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como dizia o Ver. Elói Guimarães para mim: “Amanhã, tu serás eu e eu serei tu”. Isto acabou provocando algumas discussões. Não é, logicamente, o pedido do Ver. Nedel que provocou as discussões, mas essa situação interessante. Mas isso faz parte do dia-a-dia da vida política, do Plenário, da tribuna.

O Ver. Pedro Américo Leal e eu, na legislatura passada, éramos daqueles que lutávamos para que os Vereadores participassem sempre que fosse necessário, importante para a Cidade de Porto Alegre, em todos os eventos, e vencemos. Às vezes, chegavam nas votações e questionavam por que representar a Câmara no encontro de educação, por que representar a Câmara em Brasília. Lembro como fui ridicularizado até, uma vez, por ter tido a ousadia de propor que nós fôssemos, todas as bancadas, a Brasília para nos reunirmos com o Conselho Curador do Fundo de Garantia, com o Presidente da Caixa Econômica Federal, com a Bancada Federal. Fui ridicularizado, ironizado nesta Cidade, nesta Casa, porque queria trazer dinheiro e habitação para Porto Alegre. Queria trazer novos planos, não construir meia dúzia de casinhas: queria grandes planos habitacionais para Porto Alegre.

 Na verdade, Ver. João Carlos Nedel, gostaria de ir com V. Exa. Este é um momento importantíssimo para o nosso País, tirando agora esse aspecto interessante da vida parlamentar, mas me colocando como seu companheiro de movimento da Igreja Católica Apostólica Romana. Acreditamos, justamente, na importância do que o Papa representa hoje para uma restruturação moral no nosso País.

 Há poucos dias saiu uma pesquisa revelando qual o maior interesse da população brasileira hoje. A população brasileira está interessada no resgate de princípios morais e éticos. Logicamente a célula “mater” e fundamental da família está diretamente ligada a essa questão. É importante que se façam representar os parlamentares desta Casa num momento tão importante para a vida brasileira e para Porto Alegre.

 Aqui já esteve o nosso Papa. Há uma homenagem  - a Esplanada do Vaticano. É Cidadão de Porto Alegre, como lembram os companheiros. É um momento ímpar para a representação oficial da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Sou a favor de que, numa sociedade democrática, pluralista, se participe de todos os movimentos, contrários, favoráveis, mas temos que estar participantes. Não podemos nos omitir. Precisamos, logicamente, participar de todos os movimentos sociais.

Faço uma outra lembrança, Ver. João Carlos Nedel: a questão da família, que muitas vezes se relega, realmente, ao segundo plano. Lembro de uma Sessão que propus nesta Casa, de um Grande Expediente no ano em que a Conferência Nacional dos Bispos tinha como tema central a família, e praticamente não tive assistência neste Plenário porque justamente naquele momento não existia preocupação com a família aqui em Porto Alegre. Acho que é importante. Sou solidário com V. Exa., mas, como dizem, “amanhã eu serei tu, tu serás eu”. E assim nós vamos seguindo adiante. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum):  Em votação o Requerimento de autoria Ver. João Dib.  Passamos a direção dos trabalhos ao Sr. Presidente Clovis Ilgenfritz.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz):  A votação será nominal por solicitação do Ver. João Dib. (Após a chamada.) APROVADO por 23 votos SIM.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, não é uma Questão de Ordem, mas eu queria me congratular com V. Exa. Está entrando nesta Câmara, por iniciativa do Presidente, aquilo que eu sempre quis, que são as famosas bancadas para as Comissões. Cada Comissão vai ter a sua bancada em “u”. Faltam as cadeiras, mas é uma grande realização para as Comissões terem, pelo menos, personalidade, não jurídica, mas  formal.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal será o padrinho, porque foi ele quem iniciou  esse processo.

Requerimento, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, solicitando Moção de Protesto pela decisão que desqualificou o crime praticado contra o índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, de homicídio para lesão corporal seguida de morte.

Em votação. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu tenho a honra de dizer que encaminho esta Moção de Protesto, além do PSDB, pela Bancada do PT, conforme palavra do Ver. Renato Guimarães. Para mim é com muito orgulho. O meu protesto, também pela Bancada do PPB, contra decisão judicial que desqualificou o crime praticado contra o índio pataxó Galdino Jesus dos Santos para homicídio por lesão corporal seguido de morte é, na minha opinião, um crime de lesa-pátria, um crime de omissão e de não-entendimento por parte do Judiciário, que quer ser isento, que não quer controle externo. Esse Judiciário que faz esse tipo de ação jurídica através de uma juíza de Brasília, neste momento, envergonha a Nação brasileira.

O nosso Judiciário, a quem respeitamos tanto, precisa urgentemente reformular essa decisão. Restou plenamente comprovado, até mesmo pelos depoimentos dos autores, que são réus confessos, a premeditação do crime. Os autores não se ativeram às conseqüências antes de buscar a prática da ação. De qualquer maneira, a  Nação se viu estarrecida pelo sacrifício de um ser humano sem nenhum motivo, um irmão nosso, que é a raiz deste País, que é a nossa origem. Porque os índios são os verdadeiros donos deste território e foram tão discriminados! Isso, para mim, representou, na pequenez do ato, toda reprodução de uma sociedade etnocêntrica, profundamente injusta e  inqualificavelmente preconceituosa, pelo inaceitável da questão, pela imensa vergonha que tenho de, neste momento, a ela  pertencer. Mas, como ser humano, peço a todos os Vereadores que aprovem por unanimidade este protesto contra essa atitude,  que é tão  lamentável quanto a morte desse irmão nosso o Galdino Jesus dos Santos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero, inicialmente, salientar que este encaminhamento seria feito, originalmente, pelo Ver. Isaac Ainhorn, mas, atendendo à solicitação dele, na medida em que apresentaria esta mesma Moção, agradeço ao Ver. Isaac Ainhorn a  sua gentileza.

Digo ao Ver. Cláudio Sebenelo que S. Exa. conseguiu traduzir na sua Moção não só o sentimento da Casa, da nossa Cidade e do nosso Estado, mas o sentimento do País e, talvez, a indignação da sociedade. S. Exa. foi feliz na medida em que esse episódio que  agora lamentamos e criticamos, na verdade, acima de tudo, depõe contra o nosso País. As pessoas que se preocupam com a imagem do Brasil, mesmo que não tenham o critério de justiça e a indignação que temos com um crime desses, certamente estão decepcionadas no dia de hoje, porque não há país civilizado no mundo que não se revolte contra essa decisão da Justiça brasileira, uma decisão que, antes de mais nada, reforça a necessidade que se tem do controle externo do Poder Judiciário.

É uma barbaridade que a Nação tenha que conviver com uma decisão indecente como essa, que a todos escandaliza e que demonstra, mais uma vez, que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário precisam ter o controle da sociedade. E o Poder Judiciário, infelizmente representado naquela decisão, que não é a totalidade do Poder, que é, inclusive, uma exceção com relação ao Poder Judiciário, mas que no exterior representa o Poder Judiciário brasileiro, a todos nós envergonha. Por isso, Ver. Cláudio Sebenelo, agradeço, como Vereador e como cidadão, a iniciativa de V. Exa.

Acho que a Câmara precisa manifestar a sua posição. Através desta Moção que,  certamente, será aprovada por unanimidade, teremos condição de mostrar ao País que Porto Alegre não se venceu, não se conformou; questionou essa decisão que ainda merece uma reforma dentro do Judiciário, mas que,  no conjunto da sociedade, terá reflexos muito grandes ainda. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  nós não estamos votando um simples requerimento; estamos votando um requerimento que fala da inconformidade do Órgão Legislativo da Capital do Estado do Rio Grande do Sul com a decisão técnica de uma magistrada na Capital Federal, na Cidade de Brasília, a Corte desta República.

 Ha alguns anos, Sr. Presidente, eu até me assustaria se soubesse que, num órgão de representação política, uma decisão judicial merecesse alguma forma de questionamento. Os Vereadores que, como eu, são advogados devem ter sido, todos eles, criados naquela escola de respeito aos predicamentos da Magistratura e, sobretudo,  à independência que deve caracterizar e presidir os atos jurídicos emanados daqueles que legitimamente estão investidos do poder de distribuir justiça neste País.

Há alguns anos - repito -, provavelmente eu ficaria chocado diante da circunstância de que um ato do Poder Judiciário está sendo questionado em uma Casa de representação política. Não obstante, Sr. Presidente,  mesmo reconhecendo que, muitas vezes, nós somos mal informados sobre determinadas situações,  reconhecendo que neste País, como em qualquer ponto do mundo, não há opinião pública - Ver. Sebenelo,   há uma opinião publicada -, nós somos obrigados a reconhecer, também,  que está inserido, nas responsabilidades daqueles que têm representação política, zelar pela defesa dos mais elementares princípios que regem o estágio de civilização que vive este País.

Não tenham dúvidas os Senhores: não fossem as envolventes desse episódio, amplamente divulgadas, não fossem os fatos que foram transferidos à Nação pela opinião publicada nos órgãos de imprensa do País, eu ainda haveria de estar estarrecido diante das circunstâncias de que nós estaríamos, de certa forma, ferindo a independência dos Poderes, onde politicamente estaríamos questionando uma decisão técnica  de um magistrado ou de uma magistrada.

 Aqui temos profundos conhecedores de Direito. Um deles acabou de usar a tribuna -  o Ver. Pedro Ruas. Se bem me lembro, nas minhas incursões na área do Direito Penal, as penas se eqüivalem nessas circunstâncias. O que impede e o que modifica na situação é que, na hipótese eleita pela Juíza, o julgamento será eminentemente técnico. Será um Juiz Togado que irá proferir a sentença acerca desse episódio. E na outra hipótese, fosse a tipificação modificada, a sociedade brasiliense, num júri popular, haveria de se manifestar.

Então, nesse particular, devo dizer, com todo o respeito que a Magistratura sempre me infundiu,  que é infeliz a decisão da Magistrada na medida que impede que a sociedade brasileira,  representada no Tribunal do Júri,  manifeste o seu opróbrio a essa situação emblemática neste País, que foi por longo tempo vítima de uma campanha internacional daqueles que dizimaram os silvícolas, índios, brasilíndios, ameríndios e que depois nos inculpavam a nós de sermos os algozes.

 Este País, que agora começa a ver modificado o seu conceito internacional, tem que conviver com esse fato sobremaneira lamentável, odioso, em que um emblema deste País, que é o povo indígena, é motivado e é vitimado da forma como o foi.

Por isso, Ver. Cláudio Sebenelo, com essa reflexão que me impõe a minha consciência jurídica e a minha formação profissional, darei o meu apoio a V. Exa., porque sei que o propósito que incentiva e estimula o ilustre Vereador social-democrata nesta Casa é exatamente esse: dizer que, diante do quadro, a decisão da Magistratura brasiliense foi de extrema infelicidade, porque tecnicamente afastou o povo, afastou a sociedade do julgamento desses infelizes jovens que cometeram tamanho impropério e tamanho desserviço à sociedade brasileira, na sua imagem e na sua busca obstinada de consolidar os valores cristãos, que têm que presidir o cotidiano de cada um de nós. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, os Vereadores advogados estão tendo um impacto muito sério. É o segundo caso que se dá nesse sentido, em Brasília, e V. Exas. devem lembrar-se do primeiro, que foi aquela decisão do Magistrado que descaracterizou aquele crime do filho do Ministro dos Transportes. Aquilo me desconsertou. Eu fiquei aturdido. Não sabia mais o que eu pensaria do Direito Criminal do Brasil, porque, na verdade, tomavam por atenuante um agravante: pensavam que o homem já estava morto; logo, concluíram que não precisariam voltar, se ele já estava morto. Não havia mais razão de socorrer aquele indivíduo, aquele operário que foi morto numa estrada de Brasília pelo filho do nosso Ministro.

Agora, este caso, que tem uma recordação muito viva, porque discutia eu em televisão com o ilustre advogado, colega dos Senhores, Oliosi da Silveira, e me atrevia a discutir com ele Direito Penal dizendo que seria esse crime descaracterizado e seria enquadrado como lesão corporal. Ele me reduziu, como não poderia deixar de ser, por ser ele um advogado e eu um simples rábula... Mas eu tinha intuição, talvez pelos anos de polícia, de que essa descaracterização viria e que o crime seria uma simples lesão corporal. É uma coisa deprimente, triste, porque não temos aquela segurança.

Há aquela famosa frase: “Ainda há juiz em Berlim”. Essa é uma frase de um famoso cidadão que, tentando influir no juiz, perdeu a causa e, numa atitude muito grandiosa dentro da derrota,  disse que ainda havia juízes em Berlim. Nós não podemos dizer isso; não temos juízes em Brasília. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Questão de Ordem): Eu gostaria que fosse retificada a Moção do Vereador, porque, senão, vamos mandar com erro. Ali consta que vai dirigida “à Juíza Presidente do Tribunal do Júri” e , creio eu, deve ser ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

 

O SR. PRESIDENTE: O autor, tendo em vista essa observação, modifica e rubrica a sua modificação.

Em votação. Os Srs. Vereadores que aprovam o Requerimento permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Não temos mais requerimentos. Eu queria pedir vênia aos Srs. Vereadores para fazer um esclarecimento, sem criar polêmica, apenas dizendo que este Vereador não estava presente na segunda-feira por motivo de doença grave na família. Eu não estava em Porto Alegre. Houve um engano na forma de encaminhar o assunto. Espero que o Sr. Burd, que é um grande jornalista e  por quem eu tenho muito respeito, fique sabendo que eu não estava com aquelas coisas que dizia no atestado. Por outro lado, a Dra. Marjane fez questão de me dizer que ela sempre coloca o código porque é uma questão de ética. Agora, esmiuçar o código aqui dentro pode ser um problema ético, porque, se as pessoas têm um problema de saúde, coloca-se o código tal. Só queria pedir desculpas por estar usando o tempo, mas eu não podia ficar com isso no peito, doendo, até porque saiu no jornal de forma jocosa.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, apenas para o pleno esclarecimento. Eu me encontrava no exercício da Presidência dos trabalhos e, questionado por um Vereador sobre o assunto, imediatamente fiz contato com a assessoria de V. Exa. que me deu informações de que V. Exa. estava bem. Portanto, naquele momento, eu transmiti à Casa informações que me foram dadas por sua assessoria.

 

O SR. PRESIDENTE:  A Mesa agradece imensamente, e sobrou um detalhe que vamos verificar melhor. Uma assessoria de algum gabinete mandou para o jornal uma cópia das notas taquigráficas, o que é absolutamente irregular. Pode ser que tenha sido desavisadamente.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, estamos felizes que V. Exa. esteja em perfeitas condições físicas e a minha Bancada almeja que a pessoa doente na sua família também esteja nas mesmas condições.

 

O SR. PRESIDENTE: Ele deve estar sentindo o nosso poder. É o meu pai que está com um problema, mas está em recuperação. Obrigado, Vereador.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, eu também estou feliz que V. Exa. está bem, mas quero dizer que é totalmente dispensável, em qualquer tipo de atestado médico, a citação do Código Internacional de Doenças. Hoje, o Ministério do Trabalho dispensa. É só dizer que a pessoa está impossibilitada por motivo de doença. Não tem mais obrigação legal. Na relação patrão/empregado é dispensado o enquadramento.

 

O SR. PRESIDENTE: A Dra. Marjane já havia me dado essa colocação, tanto é que os que saíram hoje já foram sem o código.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, quero-me somar aos registros feitos,  da correção das medidas tomadas pela Presidência e que estes pronunciamentos sirvam de desagravo a comentários jocosos que eventualmente tenham sido feitos.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu gostaria, se qualquer coisa houvesse de jocosa ou se o Presidente tivesse se sentido agredido, que essas palavras fossem retiradas da taquigrafia. Não vejo nenhum problema por o Presidente, por um motivo muito justo, faltar a uma Sessão, um Presidente que é assíduo, pontual e competente como o Presidente Clovis Ilgenfritz. Tenha certeza de que é uma manifestação de solidariedade ao Presidente.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, só para lhe dizer que nos solidarizamos com V. Exa. naquele episódio, já no dia anterior, quando nos encontramos, e servem também como reflexão esses episódios que acontecem. Nós precisamos aprimorar, dar mais subsídios e condições ao departamento médico da Casa. A Dra. Marjane tem-se desdobrado, de todas as formas, para o bom andamento dos trabalhos. Mas, abstraindo esse episódio, quero tornar pública a minha solidariedade a V. Exa. no sentido que a Casa possibilite melhores condições e toda a estrutura necessária ao departamento.

 

O SR. PRESIDENTE: Nós temos plena concordância. Estamos gestionando junto ao Secretário da Saúde, nosso Ver. Henrique Fontana, que prometeu, o mais breve possível, encontrar um médico, porque eles também estão precisando. Ele disse que está complicado, mas, por outro lado, já existe um concurso público, encaminhado pela Mesa, para preenchimento de mais cargos, porque, de fato, a Dra. Marjane vai acabar ficando sozinha, uma vez que a Dra. Analva está grávida e estará em licença-gestante dentro de algum tempo. Então, vamos ficar apenas com um médico.

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h58min.)

 

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